Análise Política da Semana

A política revolucionária diante do STF

Presidente do PCO comentou sobre as violações das liberdades democráticas.

No sábado (05), o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, realizou mais uma edição da Análise Política da Semana, programa transmitido pela Causa Operária TV.

Como já é tradição, o primeiro assunto abordado foi a liberdade de expressão e as recorrentes violações que tem acontecido por parte do judiciário, como forma de política da burguesia. O primeiro caso comentado por Rui foi o da condenação da ex-servidora do estado do Mato Grosso que criticou Virgínia Mendes, a primeira-dama do estado, na forma como se comporta em eventos oficiais e que ela não tinha “jeito de primeira-dama”. A crítica foi feita através de uma mensagem de áudio para uma colega numa rede social e por isso foi condenada a 3 meses de prisão e o pagamento de uma multa de R$ 4 mil. Rui colocou o nível do absurdo da condenação, pois se tratava de um caso banal, e a fundamentação do juiz para sua sentença se deu por um caso do ministro do STF, Gilmar Mendes, que condenou uma pessoa que havia chamado ele mesmo de “vergonha nacional”, mais um caso em que o juíz ocupou papel de juiz e vítima ao mesmo tempo. Mesmo se tratando de um caso banal, Rui mostrou a importância do caso:

“Caso banal é o mais importante, porque mostra que qualquer um está ameaçado”.

Ainda tratando dos ataques contra as liberdades democráticas, Rui comentou sobre o andamento da cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga do PSOL – RJ:

“Glauber Braga está sendo psolizado, está provando do veneno do próprio partido”, fazendo referência ao histórico do partido da esquerda pequeno-burguesa que sempre se dedicou a cassação de deputados da extrema-direita como a Carla Zambeli, agora vê o efeito voltando contra o próprio partido.

Em um rápido comentário sobre a luta contra o crime organizado, Rui destaca que essa é uma política da burguesia que tem sido levada adiante pelo governo Lula. Nessa última semana o estado sionista de “Israel”, que promove o genocídio contra o povo palestino, denunciou o PCC por estar envolvido com o Hesbolá. Portanto, o imperialismo usa da demagogia contra o crime organizado para na verdade atacar forças de resistência contra o imperialismo, como o Hesbolá. Rui sintetizou a questão no seguinte comentário:

“Mais um instrumento de repressão contra o cidadão que não é nem criminoso, nem organizado nem do Hesbolá”

Em seguida Rui trouxe um texto de Trótski, escrito na década de 30, que chama a atenção pela sua atualidade, principalmente na questão brasileira. O texto começa com a citação:

“Nossas atitudes sobre as medidas governamentais contra o fascismo são da mais alta importância”. Rui ressaltou que o fascismo da época se tratava de Adolf Hitler e não Donald Trump, ou seja, era muito pior do que a extrema-direita atual.

Trótski justificou que essa política da burguesia se dá quando:

“A democracia burguesa está falida não está mais em posição de defender em seu próprio terreno os seus inimigos na esquerda e da direita”.

A mesma situação ocorre agora em que os partidos do regime não tem mais voto para concorrer e precisam passar por cima da lei para continuar nos governos.

O texto conclui que a perseguição da burguesia através do aparato do Estado burguês contra os fascistas é algo momentâneo para que depois o proletariado seja atacado com todo o autoritarismo que hoje a esquerda apoia. Rui comentou que o texto mostra o acerto político do PCO na atual situação, em que não basta não apoiar a conduta do STF, mas também lutar contra ela. Veja:

“O que eles estão fazendo no Brasil é um caso muito avançado dessa política de criar um regime que Trótski chama de bonapartista, um regime autoritário, um regime que passa por cima de todo tipo de representação popular, que passa por cima, em nome do combate hora contra a esquerda, hora contra a direita, dos direitos mais elementares da população, em especial da população trabalhadora.”

Para finalizar os comentários sobre os ataques contra as liberdades democráticas, Rui denunciou que o PCO está sendo enquadrado pela Lei Antiterrorismo em um processo que corre sob sigilo de Justiça. Ele aponta que a medida é uma forma de intimidação e da oposição política em uma situação que se assemelha às adotadas durante a Ditadura Militar.

Por fim foi feita uma análise sobre a questão da política de Trump de impor tarifas aos produtos de outros países. Rui comentou:

“A política dele é uma política que atinge diretamente os interesses do capital multinacional. Não é uma loucura do Trump, ele faz isso pressionado pela situação interna dos Estados Unidos. Ele quer recuperar o processo econômico dentro dos EUA, quer melhorar a situação social.”.

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