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Formação política

A participação dos índios do MS na última Universidade de Férias

Próxima edição ocorrerá no dia 25 de fevereiro, em São Paulo

Uma das mais marcantes delegações presentes na 51ª edição da Universidade de Férias do Partido da Causa Operária (PCO) e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), que ocorreu entre 13 e 20 de julho de 2024, foi a composta por índios do Mato Grosso do Sul. Presentes em peso no curso de formação sobre a revolução russa, os índios conversaram com nossa equipe sobre a atividade

Leia abaixo a entrevista na íntegra com Daniel, integrante da delegação, feita durante o momento em que o curso estava sendo realizado:

Quantas pessoas vieram do Mato Grosso do Sul para a Universidade de Férias? E o que as motivou vir? Viemos em um grupo de nove índios. Três da região de Dourados e seis da região de Amambai. Como estamos no PCO [Partido Causa Operária], que tem diretório em sete cidades do Mato Grosso do Sul, a gente sentiu essa necessidade de se aprofundar no objetivo do Partido, levar uma experiência diferente. Eu acredito que essa formação nos ajudará a levar a bandeira do Partido.

Essas nove pessoas já são o número suficiente para poder espalhar o que nós estamos aprendemos aqui e voltarmos lá bem mais fortalecidos.

O que vocês estão achando do curso? O curso em si, desde que chegamos, tem sido muito bom. Inclusive, eu já havia participado da Universidade de Férias em janeiro, com o tema Imperialismo, fase superior do capitalismo. Foi muito bom. Fez com que eu ampliasse muito o meu conhecimento. E, agora, com este curso, sobre a Revolução Russa, os companheiros que estão aqui conosco estão aproveitando essa formação. Embora o conteúdo seja muito técnico, dá para fazer uma leitura antes, para poder participar.

Há alguns tópicos principais que eu acho que são interessantes e que são o ponto principal que devemos adquirir a partir desse curso. E os índios estão captando essa mensagem. Eles estão gostando muito. Depois das aulas, conversamos, perguntamos o que cada um achou, conversas de bastidor, o que achou, o que não entendeu, então a gente está compartilhando o que um entende com o que outro não entende, a gente fica trocando esse entendimento que nós tivemos a partir desses três dias de curso. Eu acredito que, até sábado, nós vamos levar muito conhecimento. Inclusive, para a própria luta.

A nossa luta no Mato Grosso do Sul é pela demarcação dos nossos territórios. E, a partir do entendimento da Revolução Russa, a gente pode pensar em uma nova estratégia para que a retomada tenha seu avanço.

O que você poderia falar dos ataques mais recentes na região de Douradina e de Carapó? No domingo, aconteceu um ataque na Laranjeira, foi lá no Panambi, região de Douradina, próximo a Dourados. As pessoas lá estão há mais de trinta anos esperando que essa demarcação definitiva saia. Eles decidiram, no domingo, adentrar mais para fazer as próprias demarcações. E, nisso, quando foi meio-dia, depois da entrada, os fazendeiros pistoleiros chegaram lá e começaram a atirar no pessoal que estava ali acampado. Como resultado desse ataque, um rezador de 54 anos ficou ferido nas pernas. E a esposa dele, que é rezadora também, acabou sendo ferida também nas pernas. Ele estava conduzindo a reza, não podia correr e se defender, acabou sendo a vítima. O resto só foi ferido de raspão, mas nada muito grave. Os dois rezadores, no entanto, tiveram ferimentos graves.

Depois disso, na segunda-feira, os índios da região de Carapó também fizeram demarcações e começaram a ser atacados também pelos pistoleiros e pelos fazendeiros. Nesse ataque, logo de início, uma menina foi ferida porque ela estava dando cobertura. Tinha duas pessoas dando cobertura: um menino e uma menina. O nome dela é Daiane. Então, a Daiane, quando estava filmando o que estava acontecendo, foi atingida pela bala e também foi gravemente ferida. O ataque continuou, foi uma guerra, em plena luz do dia. E está tudo filmado. Nisso, a Polícia Federal foi lá para fazer a retirada do pessoal e acabou dando proteção ao pessoal dos proprietários da terra. Isso agravou muito a violência. E, nisso, o pessoal começou a se mobilizar mais ainda.

Ainda nesta semana, estamos recebendo informações de que vai haver mais dois locais estratégicos de retomada, que a gente chama de autodemarcações. Então, o problema começou agora. Isso por quê? Por causa da demora do governo em demarcar os territórios. Porque isso foi uma promessa do Governo Federal atual, durante a campanha, que disse que iria priorizar o Mato Grosso do Sul, que iria priorizar os guarani-caiouá, na demarcação da terra. Mas, até agora, passou um ano e sete meses e nada praticamente de concreto apareceu, não houve nenhuma resposta. O pessoal está cansado de esperar e não veio nada. Toda essa situação faz com que eles deixem de acreditar no governo, deixem de acreditar que vai sair a demarcação de terra, e acabam fazendo essas autodemarcações hoje que estão ocorrendo lá.

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