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História da Palestina

A importância de al-Haram al-Sharif para os palestinos

O local de al-Haram al-Sharif, localizado em Jerusalém (al-Quds), é um dos mais importantes para os muçulmanos

O local de al-Haram al-Sharif, localizado em Jerusalém (al-Quds, para os árabes), é um dos mais importantes para os muçulmanos. Lá, se encontram o Domo da Rocha e a Mesquita al-Aqsa, a terceira mais importante do islamismo. No entanto, o local foi, historicamente, alvo de forças invasoras que queriam conquistar a cidade — primeiro, dos cristãos, durante as Cruzadas, e, em seguida, do sionismo, que baseando-se apenas no Velho Testamento, inventam a ideia de um “direito” histórico e religioso sobre a localidade.

Os judeus chamam o local de Monte do Templo. Segundo o Velho Testamento, Abrãao teria sacrificado seu filho, Isaque, no local, que foi escolhido posteriormente pelo rei Davi para construir a Arca da Aliança, concluída sobre o Salomão, sendo o Primeiro Templo.

O único relato sobre isso, no entanto, é o Antigo Testamento, publicado por volta do século IV antes da Era Moderna. Isso porque, ele teria sido destruído por Nabucodonosor II, da Babilônia, em 587 a.C. Só mais tarde seria construído o Segundo Templo, destruído pelo romanos no ano 70 da Era Moderna.

Passando algumas centenas de anos, os judeus já não eram mais a maioria a habitar a região, sob o controle de Roma e, depois, do Império Bizantino (Roma Oriental). A maioria que habitava a região era cristã até que no século VII, a Palestina foi conquistada pelos árabes, muçulmanos, que se tornaram maioria da região. O califa Omar ibne Alcatabe ordenou a construção de uma mesquita no local, sendo concluída, após 78 a mesquista de al-Aqsa. Em 691, o califa Abedal Maleque ibne Maruane construiu o Domo da Rocha, e em 715 os omíadas liderados pelo califa Ualide I, construíram um templo que deram o nome de al-Masjid al-Aqsa, a al-Aqsa ou traduzido “a mais distante mesquita”, que se tornou o terceiro local mais importante do islamismo.

Durante as Cruzadas, em 1099, Jerusalém e a localidade sagrada foram conquistadas pelos cristãos Templários, mas reconquistadas pelos muçulmanos em 1187 por Saladino, que convidou os judeus, expulsos pelos cristãos, a retornarem à cidade. Os islâmicos também permitiram que cristãos habitassem a região. Até o surgimento do sionismo, isto é, durante mais 1200 anos, os muçulmanos eram a esmagadora maioria da população da região e conviviam, em harmonia, com uma minoria de cristãos e um grupo ainda menor de judeus. A perseguição a outras religiões nunca foi uma tradição do islamismo.

A farsa sionista

No entanto, o sionismo, para satisfazer seus desejos coloniais, utilizaram supostos acontecimentos de mais de três mil anos atrás para expulsar os árabes da Palestina e de Jerusalém, impondo uma verdadeira ditadura contra muçulmanos, cristãos e judeus ortodoxos na cidade, e realizando uma série de abusos na localidade sagrada.

Tudo isso é justificado pela imprensa imperialista, que alega que o “Monte do Templo” é o local mais sagrado para os judeus. Em 2015, por exemplo, a BBC escreveu “o complexo, conhecido pelos judeus como Monte do Templo e pelos muçulmanos como al-Haram al-Sharif, é o local mais sagrado do judaísmo, enquanto a Mesquita de al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado do Islã.”

Com base nessas alegações, o sionismo realiza uma série de provocações contra os muçulmanos em al-Haram al-Sharif, atacando as crenças religiosas dos muçulmanos e, provocando, tentam apresentar ao mundo que a disputa em torno da região seria meramente religiosa. No entanto, como destacou uma antiga reportagem de Al Jazeera, “reduzir o atual ou qualquer outro levante na Palestina a uma disputa sobre al-Haram al-Sharif é distorcer radicalmente a natureza da causa palestina – moldando-a com um cortador de biscoitos israelense que consistentemente demoniza os palestinos ao reduzi-los à sua denominação religiosa”.

Os palestinos não se revoltam porque são muçulmanos, cristãos, agnósticos ou ateus. Eles se revoltam porque são palestinos e sua terra está sendo roubada debaixo de seus pés. Como todos os outros muçulmanos, os palestinos muçulmanos certamente consideram a Mesquita de al-Aqsa e o Domo da Rocha como locais particularmente sagrados. Mas, independentemente de serem muçulmanos, para os palestinos em geral, o Haram al-Sharif é também o símbolo condensado de sua pátria”, apontou.

Os palestinos são palestinos não apenas por virtude de sua ligação histórica com sua terra ancestral, a Palestina, mas também por um curso sustentado de resistência ao roubo sionista de sua terra e à memória coletiva e cultural gerada por essa resistência. Dividir e reduzir os palestinos à sua afiliação religiosa é uma armadilha sionista inaugurada por seu próprio fanatismo militante que vê o mundo inteiro à sua imagem”, seguiu.

“Israel” quer roubar completamente a cidade de Jerusalém, onde já impõe uma ditadura militar, apenas para completar seu projeto colonial e de genocídio contra o povo palestino. A reportagem aponta: “o sionismo tem um único projeto: roubar a totalidade da Palestina e estabelecer um estado-guarnição militar como peça do imperialismo militar dos EUA na região. Alterar sistematicamente o discurso dominante para esse propósito é um instrumento chave em seu arsenal de propaganda. Os palestinos, é claro, sabem disso em sua carne e ossos, através de sua resistência, geração após geração. Mas o mundo em geral jamais deve cair nessa armadilha”.

E  conclui: “a causa palestina é um movimento de libertação nacional anticolonial, irreduzível a qualquer denominação religiosa. O al-Haram al-Sharif, é claro, possui significado histórico e sagrado para todos os muçulmanos do mundo. Mas sua importância na Palestina e para os palestinos é uma questão de orgulho nacional e integridade territorial: sistematicamente, consistentemente, invariavelmente violada por todo o projeto colonial sionista desde o início até os dias atuais”.

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