Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Coluna

A história do Brasil é ‘uma farsa’?

Os principais fatos da história nacional são tratados de maneira avacalhada, para esconder o teor revolucionário dos acontecimentos

No Brasil, quase todos os principais fatos históricos são “uma farsa”, principalmente naquilo que eles têm de progressista. Dez dias atrás, em 13 de maio, completaram-se 137 anos da abolição da escravidão no Brasil, e choveram artigos e opiniões afirmando que a abolição foi “uma farsa”. A afirmação de que o acontecimento é uma farsa já virou até tradição.

É interessante perceber como uma parte das pessoas – e isso impressiona mais no caso da esquerda, que deveria ter uma percepção mais crítica – repete coisas totalmente sem sentido. Basta um mínimo de raciocínio lógico para saber que a ideia não tem pé nem cabeça.

Vejamos o caso da Abolição. Dizer que ela foi uma “farsa” significa, primeiro, retirar a participação dos que lutaram por ela, como se não fosse uma conquista dessa luta; segundo, dizer que daria na mesma deixar os negros escravos.

Analisar criticamente os fatos é muito diferente de dizer que eles simplesmente foram uma farsa ou não existiram. A Abolição não conquistou tudo o que os negros precisavam, mas ela libertou os escravos, o que é um passo político essencial. Nesse sentido, foi um fato progressista, porém contraditório, como tudo na história.

A mesma consideração é feita sobre a Independência e a Proclamação da República. Esses fatos também seriam “uma farsa”. Seria melhor se o Brasil ainda fosse uma monarquia? Seria melhor se o Brasil se mantivesse uma colônia formal dos portugueses?

É fácil perceber o absurdo de tais interpretações.

Os esquerdistas que repetem tais análises não se dão conta de que, por trás dessa pseudo visão crítica da história, está uma ideia reacionária: a de que o povo brasileiro nunca conquistou nada, de que suas lutas – se elas mesmas não forem uma farsa – teriam sido inúteis.

Quem se beneficia de ideias como essa? Certamente não é o povo, mas a burguesia, que pretende deixar a população anestesiada. É muito ruim para a burguesia que o povo descubra que suas lutas deram resultado, que o povo brasileiro tem uma história de lutas revolucionárias; esse exemplo é muito negativo para os que mandam no país.

Esse é o objetivo daqueles que avacalham a história do Brasil. O lamentável é a esquerda repetir tais coisas.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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