O cenário mundial caminha, de forma cada vez mais clara, para uma nova etapa de enfrentamento direto entre as potências imperialistas e os países que resistem à sua dominação. A política de guerra do imperialismo não é uma hipótese distante, mas uma conclusão inevitável do estado de crise do capitalismo mundial. Os países imperialistas, com os Estados Unidos à frente, se preparam para um novo grande conflito, cujo objetivo é disciplinar os povos do mundo.
A crise do sistema de dominação imperialista, que já não consegue garantir estabilidade nem crescimento econômico, leva os países a buscarem, mais uma vez, a saída pela via da destruição e do saque. Trata-se do mesmo mecanismo histórico que levou às duas guerras mundiais do século XX. Agora, porém, o eixo de confrontação se dá principalmente contra dois polos de resistência: a Venezuela e o Irã.
Esses dois países desempenham papel estratégico na atual correlação de forças mundial. O Irã, no Oriente Próximo, representa o principal obstáculo à dominação norte-americana e sionista na região. Sua aliança com o Hamas, o Hesbolá e outras forças de resistência é o que impede a completa anexação da Palestina e o domínio total do imperialismo sobre o Golfo Pérsico. A Venezuela, por sua vez, é o ponto de resistência da América Latina à ofensiva imperialista. Sua independência política e o controle estatal sobre o petróleo fazem dela um alvo prioritário de Washington.
O plano do imperialismo é claro: cercar a Rússia e a China, isolando os países aliados e preparando um ataque em etapas. Primeiro, destruir a resistência regional — Venezuela e Irã — para, em seguida, atacar diretamente as potências que apresentam um desafio maior à dominação imperialista. Trata-se da política de cerco e estrangulamento, conduzida há décadas pelo imperialismo, que agora assume forma mais agressiva.
Enquanto isso, a propaganda imperialista se intensifica. No Brasil, o jornal Folha de S. Paulo — que trocou o lema “um jornal a serviço do Brasil” por “um jornal a serviço da energia limpa” — atua como ponta de lança da campanha contra o petróleo nacional. Pesquisas fraudulentas e campanhas financiadas por ONGs estrangeiras tentam convencer o povo de que explorar o pré-sal é um “crime ambiental”. A mesma política que visa destruir a PDVSA, a estatal petrolífera da Venezuela, tenta agora sabotar a Petrobrás e entregar nossas reservas às multinacionais do petróleo.
Trata-se de uma ofensiva coordenada. A burguesia pró-imperialista latino-americana, representada por figuras como María Corina Machado na Venezuela ou Aécio Neves no Brasil, repete o mesmo discurso: entregar o petróleo, abrir a economia, submeter o país aos Estados Unidos. É o programa das direitas da América do Sul, que se preparam para transformar o continente em base logística e energética do imperialismo.
Apesar da ofensiva, o imperialismo não atua sozinho. O Irã tem a possibilidade de fechar o Golfo de Ormuz, demonstrando a capacidade dos países oprimidos de resistirem aos ataques dos países imperialistas. Um bloqueio nessa região paralisaria o fornecimento de petróleo para boa parte do mundo, provocando um colapso imediato no sistema financeiro internacional. Diante desse risco, o imperialismo busca deslocar o eixo da produção de energia para a América do Sul — o que explica o interesse renovado em controlar a Venezuela e, por extensão, o Brasil.
A guerra, portanto, não é apenas provável: é o desfecho lógico da crise imperialista. O que resta aos povos oprimidos é fortalecer sua resistência e preparar-se para o enfrentamento. O eixo formado por Irã, Rússia, China, Venezuela e as forças da resistência palestina aponta um novo caminho: o da luta contra o domínio norte-americano e pela libertação das nações oprimidas.





