No dia 14 de março, o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil-SP) anunciou, em seu perfil no X, que havia denunciado o Partido da Causa Operária (PCO) por apoiar o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe).
“O PCO, partido de extrema-esquerda, segue vendendo camisetas em homenagem ao Hamas, grupo terrorista e antissemita que assassina mulheres, bebês e idosos judeus.”
Não há crime algum no que Zacarias denuncia. O Hamas não é tipificado pelas instituições brasileiras como uma organização “terrorista”. O deputado estadual confunde as leis brasileiras com a propaganda de guerra sionista.
O Hamas não tem nada de “antissemita”, nem assassina mulheres, bebês e idosos. O único terrorista nessa história toda é o Estado de “Israel”. Esse, sim, que é um Estado supremacista, que defende a limpeza étnica de todo o povo. O Estado criminoso que assassinou mais de 60 mil pessoas, a esmagadora maioria crianças e mulheres.
Mas ainda que tudo isso que Zacarias diz fosse verdade, ele, que se diz defensor da liberdade de expressão, não deveria, em hipótese alguma, denunciar um partido às autoridades por causa de suas posições políticas. É a defesa da censura, da repressão às ideias que Zacarias considera inconvenientes.
A postura de Zacarias em relação ao PCO demonstra, portanto, que o deputado não passa de uma grande fraude. Ele não defende a liberdade de expressão, apenas faz alguma demagogia com esse direito democrático para conseguir algum apoio popular. Para que não haja dúvida da farsa que é Zacarias, basta ver o que ele mesmo falou em 2019, criticando, de razão, a política oportunista de Sâmia Bomfim (PSOL-SP):
“Bem que vocês poderiam defender o Danilo Gentili também, já que defendem a liberdade de expressão. Tem também a liberdade de imprensa, que foi violada no caso do Antagonista, da Crusoé […] Dó defendem a liberdade de quem está do seu lado. Hipócritas!”
O que Zacarias faz é uma picaretagem. Mostra que o discurso da extrema direita acerca da liberdade de expressão não é verdadeiro, mas apenas uma questão de conveniência.
No Brasil, existe um partido que é a favor da liberdade de expressão. Um só, único, que se chama PCO — o Partido da Causa Operária. Durante o programa Análise da 3ª, transmitido pela Rádio Causa Operária, o presidente do Partido comentou sobre este direito democrático fundamental, alegando que:
“O Partido da Causa Operária defende a liberdade de expressão, em primeiro lugar, irrestrita. Em segundo lugar, não defende a liberdade de expressão de acordo com a cara do freguês.”
