Brasil

A esquerda que defende o monopólio imperialista do petróleo

Jornalista esquerdista usa a farsa da demagogia ambiental para defender que o petróleo nacional não seja usado para desenvolver o País, mas para enriquecer banqueiros estrangeiros

O jornalista do portal de esquerda Brasil 247, Alex Solnik publicou no sítio um artigo intitulado Se correr, o petróleo pega; se ficar, o petróleo come, trazndo um questionamento que parece shakesperiano, mas é tolo: “inflação ou poluição?”, questiona Solnik, “eis a questão”. Para quem não teve o cérebro derretido pela propaganda imperialista, porém, não há questão alguma, apenas o choque entre a fantasia reacionária de um mundo sem o desenvolvimento derivado da exploração do petróleo e a realidade, onde a inflação mundial simplesmente explodiria, acompanhada por uma crise de fome de proporções inéditas na história da humanidade. Não que Solnik ligue para isso:

“O preço do petróleo cai se a produção mundial aumenta, e assim cai o preço da energia, dos fertilizantes, dos alimentos, e cai a inflação. Mas, se a produção aumenta, aumenta a queima de CO2, a poluição e a vida na Terra fica ameaçada.”

Ocorre que se a primeira parte do parágrafo está certa, a segunda é puramente baseada em propaganda e dados produzidos pelo governo norte-americano, talvez o mais mentiroso do planeta. Não é fato incontestável que “a vida na Terra fica ameaçada” pela produção petrolífera, mas é fato que há um setor da classe dominante muito interessado em difundir esse tipo de temor: a burguesia imperialista.

Para os monopólios, é interessante que uma parte da classe média entre na campanha histérica do suposto “apocalipse ambiental”. Isso permitiu, por exemplo, que o Brasil entregasse uma estatal do porte da Petrobrás para a pilhagem dos banqueiros norte-americanos, europeus e japoneses.

Mais recententemente, a demagogia ecológica levou a uma crise interna do governo, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio-Ambiente Marina Silva. No centro da questão estava justamente o dilema solnikiano: explorar o petróleo e sua vasta cadeia produtiva, melhorarando assim o padrão de vida das hoje paupérrimas populações do Norte e Nordeste (as regiões mais pobres do País), ou proteger sabe deus o que, uma vez que os campos conhecidos estão a 500 km da costa, já em alto-mar?

Para nortistas e nordestinos em primeiro lugar, e o povo brasileiro de conjunto, não resta dúvida de que a exploração seria positiva. O problema é justamente esse. O imperialismo, por sua vez, quer se apossar de riquezas que pertencem ao povo brasileiro e manter a classe trabalhadora brasileira pobre, mas claro, dito dessa forma, entregaria o jogo. Eis que, para dar um verniz humanista a uma política criminosa, surge a máscara da “proteção do meio-ambiente”.

Agora sim, Marina Silva pode “militar” contra o País, finalmente, ela não é uma serviçal de banqueiros como George Soros, interessada em resguardar as reservas petrolíferas do Brasil para a hora que o imperialismo quiser explorá-los. Marina Silva é uma ambientalista, defensora da fauna, da flora e da idílica vida atrasada dos povos da floresta. Solnik idem.

Para os trabalhadores, interessa condenar esse tipo de propaganda imperialista destinada a uma política que visa atraso econômico e pobreza, e defender com afinco um programa que faça proliferar os campos de exploração no País, que, certamente, dispõe de muito mais, com fortes indícios de reservas no Pantanal e na Bacia do Amazonas. Isso sim pode impulsionar uma onda de crescimento econômico vertiginoso, trazendo empregos melhores, salários maiores e aumentando sensivelmente os padrões de vida do povo brasileiro, o que pode não ser do interesse da pequena burguesia que se expressa por Solnik e certamente não é do imperialismo, mas é do interesse da imensa maioria dos trabalhadores do País.

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