Política internacional

A esquerda que chora as pitangas diante da falência da USAID

Presidente norte-americano fez um favor à humanidade, mas acabou sendo criticado por quem mais deveria defender o fim da USAID: a esquerda

Um artigo intitulado Os Estados Unidos abandonam o barco de sua própria invenção, publicado no portal Brasil 247 e assinado pela historiadora Monica Hirst, expressa a política da esquerda romântica, ou seja, da esquerda que ainda possui uma visão ingênua sobre o mundo em que vive. No caso de Hirst, isso ficou evidente pelo lamento que o artigo faz da política do presidente norte-americano Donald Trump, que anunciou a suspensão do financiamento à USAID, com vistas ao fim da agência, conforme antecipado por membros do seu governo como Elon Musk. Diz a historiadora:

“A partir da administração Trump 2.0 é de se prever uma retração da voz americana no CAD como também em diversas agências da OECD. De fato, a predileção pelo unilateralismo implicará numa renúncia ao exercício do poder brando, sem o qual a convivência internacional se tornará especialmente áspera, com enormes prejuízos para o mundo e para própria sociedade americana.”

O verdadeiro papel dessa organização na política internacional é tão criminoso e há tanto tempo (remontando, pelo menos, ao famigerado acordo USAID/MEC durante a Ditadura Miliar) que é simplesmente inacreditável que alguém de esquerda faça a crítica que Hirst faz à medida de Trump. Longe de ser um mecanismo de “poder brando”, a USAID sempre operou como uma extensão da política de intervenção dos Estados Unidos, servindo de fachada para atividades que vão muito além da chamada “ajuda internacional”. A organização esteve presente em praticamente todos os cenários de desestabilização política do século XX e XXI, financiando grupos golpistas, manipulando processos eleitorais e abrindo caminho para intervenções mais agressivas. Lamentar o fim de uma instituição com esse histórico mostra, no mínimo, desconexão total com a realidade dos povos oprimidos.

Hirst parece ignorar um fenômeno percebido por todo mundo realmente envolvido com a luta política, mas o que ela chama de “poder brando” dos EUA nunca foi realmente brando. Trata-se de uma demagogia destinada a enganar incautos. As ações da USAID no Oriente Médio, na América Latina e na África sempre estiveram ligadas a operações que visavam pressionar governos contrários aos interesses do imperialismo, e em último caso – e quase sempre -, derrubá-los.

O financiamento de ONGs que operam como instrumentos de desestabilização, o apoio logístico a grupos reacionários e a infiltração em movimentos sociais são apenas algumas das práticas que a organização sustentou ao longo de décadas. Chamar isso de “convivência internacional” é um eufemismo que serve para encobrir o verdadeiro caráter de sua atuação: um braço da máquina imperialista disfarçado de filantropia.

O suposto “prejuízo para o mundo” com o fechamento da USAID é, na verdade, um alívio para inúmeros países que foram alvo de suas operações. Para movimentos populares e governos soberanos, a presença da USAID significava uma ameaça constante à estabilidade interna.

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