Esquerda

A economia responsável e o arcabouço

Política defendida por dirigente petista faz com que o governo se desmoralize junto a população, preparando caminho para um ataque da direita

Alberto Cantalice publicou no dia 20 deste mês uma coluna no portal Brasil 247 intitulada Economia com responsabilidade: os acertos do governo Lula, na qual defende o famigerado arcabouço fiscal proposto pelo governo de Lula em 2023 e que substituiu o teto de gastos do governo Temer.

Cantalice defende a política do arcabouço com o argumento de que “a queda nas taxas de juros e a redução no preço dos alimentos virão, sem necessidade de pirotecnia ou discursos fáceis”. Ou seja, não façam nada que os banqueiros não gostem que tudo vai dar certo.

Na realidade, o arcabouço serve não para fazer o Estado poupar e com isso garantir os investimentos necessários para a melhoria da vida da população, através do desenvolvimento econômico, mas sim, para garantir que os dividendos dos acionistas internacionais e os juros da dívida pública sejam honrados.

Trata-se, portanto, de uma política a favor do assalto aos cofres públicos feito pelos bancos e que não resolve nada no que diz respeito ao pagamento da dívida, já que com uma canetada, o Banco Central aumenta os juros do País e a dívida aumenta, fazendo com que ela nunca seja sanada.

Na realidade, não deveria haver lei alguma limitando o quanto deve ser gasto pelo Estado, já que o investimento é o que gera empregos e faz a economia do País funcionar, melhorando a vida da população.

Cantalice também critica o governo anterior, o taxando como “irresponsável” por conta dos gastos. Porém, essa não é uma crítica justa, já que a “responsabilidade” nada mais é do que uma política contra a população e a favor dos bancos, além de ser completamente desfavorável para o governo do Partido dos Trabalhadores, pois desgasta a parcela mais pobre da população, justamente aquela que é a base do PT.

Também não se justifica a política de aumento dos juros no Brasil por parte do Banco Central, já que, com a arrecadação, o dinheiro deveria ser destinado a investimentos, não para o pagamento da dívida.

Haddad tenta arrecadar mais por meio de medidas como a da taxação dos produtos de lojas chinesas, como a Shein, e outros virtuais. Também foi anunciado recentemente que algumas profissões de trabalhadores que já estavam sendo explorados mais do que com a CLT através do MEI, mas que agora terão de se adequar aos outros meios de arrecadação, como o ME, por exemplo, com mais encargos do que o MEI. Tudo para aumentar a arrecadação.

Porém, a política desejada pelos banqueiros e defendida pelo BC (e por Cantalice), só busca aumento da arrecadação e aumenta os juros.

A política de Haddad é, portanto, suicida. O governo quer arrecadar mais e usa da taxação aos mais pobres para isso, além de cortar gastos com benefícios sociais. Tudo para que os juros subam e a arrecadação vá para o ralo, o que desgasta a população mais pobre e a joga contra o governo de Lula.

Além da desmoralização junto à base do governo, essa política não cria condições para uma melhora futura. Pelo contrário: criará uma turbulência política para o governo, que terá de ceder cada vez mais e adotar um programa cada vez mais neoliberal.

Seria necessário corrigir os rumos do governo e romper com a política neoliberal. O governo precisa se apoiar na mobilização popular pela nacionalização completa do petróleo e de outros recursos do País, a reestatização de todas as estatais roubadas e por um fim ao criminoso mecanismo de rolagem da dívida pública, que já foi paga inúmeras vezes, mas que os bancos a aumentam por pura picaretagem. A julgar pelo teor do artigo publicado no Brasil 247, teria a oposição de Cantalice, mas aí Lula precisaria escolher entre agradar à direita ou agradar à base popular, que o elegeu.

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