“Israel” está atualmente detendo 95 profissionais de saúde palestinos, revelou um novo relatório da Healthcare Workers Watch, no que grupos de direitos humanos descrevem como um ataque sistemático aos serviços médicos.
A investigação ainda documentou a morte de cinco profissionais de saúde sob custódia israelense e o desaparecimento forçado de outros cinco nos últimos dois anos, um padrão que levanta preocupações sobre o cumprimento por parte de “Israel” das leis internacionais que exigem a proteção da equipe médica durante guerras.
O relatório destaca o significativo impacto que essas prisões têm tido no setor de saúde já devastado de Gaza. A idade média dos detidos é de 39 anos, colocando-os no auge de suas carreiras profissionais. Em média, eles passaram 511 dias, cerca de um ano e meio, sob detenção.
Entre os detidos em Gaza estão 17 médicos, 31 enfermeiros, 14 paramédicos e pessoal de apoio essencial, cuja ausência tem tensionado ainda mais um sistema de saúde já em colapso.
Na Cisjordânia ocupada, os 15 detidos incluem sete médicos, dois paramédicos e quatro estudantes de medicina. O relatório argumenta que essa varredura ampla “parece ter como objetivo desmantelar a rede de saúde em toda a geografia palestina”.
Um dos casos mais notáveis é o do Dr. Hussam Abu Safiya, pediatra e diretor do Hospital Kamal Adwan, que foi detido em 27 de dezembro de 2024. Embora seu nome tenha supostamente aparecido no último acordo de cessar-fogo com o Hamas, “Israel” recusou-se a libertá-lo.
Abu Safiya está sendo mantido sob a “lei de combatentes ilegais de Israel”, que permite a detenção indefinida sem julgamento. Durante o genocídio israelense, ele recusou ordens de evacuação e continuou tratando palestinos feridos sob bombardeio intenso. As autoridades israelenses não forneceram qualquer explicação para sua prisão, enquanto organizações internacionais continuam a apelar pela proteção da equipe médica e sua libertação imediata quando nenhuma acusação é apresentada.
O relatório situa essas detenções dentro do contexto mais amplo do colapso do sistema de saúde de Gaza. Um infográfico do observatório mapeia os hospitais que sofreram danos extensos, incluindo Kamal Adwan no norte, o Hospital Al-Shifa na Cidade de Gaza e o Hospital Nasser em Khan Younis.
Autoridades palestinas têm condenado recentemente a exclusão de Abu Safiya e outros médicos, acusando “Israel” de instrumentalizar profissionais de saúde e violar normas humanitárias internacionais. Grupos de direitos humanos alertam que impedir o retorno de pessoal médico essencial mina os objetivos humanitários do cessar-fogo.
No mês passado, um porta-voz do Hamas declarou: “Recusar-se a libertar médicos que servem o povo de Gaza mostra o desrespeito da ocupação pela vida humana e sabota os esforços em direção à paz”.
Analistas dizem que a medida não apenas aprofunda a crise de saúde em Gaza, mas também corrói ainda mais a confiança nas negociações e em futuros acordos de troca de detidos/prisioneiros-reféns.
Observadores alertam que a exclusão de profissionais médicos da libertação mina o quadro humanitário do acordo e reflete um cálculo político que prioriza a retribuição em detrimento da reconciliação.
Organizações de direitos humanos reiteraram apelos pela libertação incondicional dos profissionais de saúde detidos, destacando o colapso dos serviços de saúde em Gaza devido a ataques militares, condições de cerco e falta de pessoal essencial.
À medida que o cessar-fogo se desenrola, a exclusão dos médicos palestinos continua a levantar preocupações sobre a sinceridade dos esforços de paz e as implicações a longo prazo para o sistema de saúde de Gaza e a infraestrutura civil mais ampla.





