Mais de 900 pacientes palestinos na Faixa de Gaza morreram devido a atrasos graves nas evacuações médicas causados pelas restrições israelenses às autorizações de viagem, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) no domingo (16). A organização afirmou que milhares de outros enfrentam riscos de vida enquanto aguardam aprovação para sair e receber cuidados médicos urgentes.
A OMS declarou que cerca de 16.500 pacientes ainda esperam autorização para deixar Gaza para tratamento, incluindo quase 4.000 crianças em necessidade crítica de transferências médicas urgentes. A organização alertou que qualquer novo atraso imposto pelo regime israelense equivaleria a uma sentença de morte para os pacientes com evacuação negada.
Os hospitais em Gaza estão atualmente operando com menos da metade de sua capacidade devido ao colapso no fornecimento de suprimentos, incluindo combustível, medicamentos e equipamentos médicos essenciais. Desde maio de 2024, a OMS concluiu 119 missões de evacuação médica, transferindo aproximadamente 8.000 pacientes, entre eles 5.500 crianças.
Apesar dessas missões, milhares continuam em necessidade urgente, enfrentando condições catastróficas dentro do sistema de saúde destruído de Gaza. A OMS destacou que o atraso nos atendimentos continua a crescer em meio ao bloqueio em curso e aos danos aos hospitais.
O Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a organização está trabalhando para restaurar os serviços de saúde e remover pacientes gravemente feridos de Gaza, um mês após o cessar-fogo ter entrado em vigor.
Em uma publicação na plataforma X, ele agradeceu aos 30 países que estão atualmente a receber pacientes e instou outros a se juntarem ao esforço, enfatizando que “mais de 16.500 pacientes, incluindo quase 4.000 crianças, aguardam evacuação para receber cuidados urgentes fora de Gaza”. Ele pediu para que todas as rotas de evacuação sejam abertas pela ocupação israelense.
A Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina (UNRWA) acusou a entidade israelense de obstruir deliberadamente as entregas de ajuda humanitária, apesar dos termos do cessar-fogo exigirem assistência desimpedida. O Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse à Quarta Comissão da Assembleia Geral da ONU que os palestinos estão enfrentando condições de inverno com abrigo mínimo, visto que o acesso à ajuda permanece fortemente restrito.
Ele afirmou que apenas uma fração dos suprimentos essenciais foi permitida em Gaza, deixando as famílias cada vez mais vulneráveis. Lazzarini também apelou aos países doadores por financiamento urgente, alertando que a grave escassez de recursos, impulsionada em grande parte pelos cortes dos EUA, está ameaçando a capacidade da UNRWA de continuar as operações de suporte à vida para os palestinos.





