Faltando menos de um mês para completar dois anos do início do extermínio da população palestina na Faixa de Gaza – 7 de outubro – o Ministério da Saúde de Gaza apresenta os números de 65 mil mortos e 165 mil feridos.
No entanto, o órgão oficial registra que esses dados podem estar subnotificados, levando em consideração as dificuldades de acesso em meio aos escombros para retirada e contagem de corpos. A falta de maquinário, água, luz e internet também são fatores que contribuem para essa subnotificação.
Apesar de os números serem atualizados constantemente, os dados em várias fontes são bastante variados. Um estudo da The Lancet, citado pelo The Guardian em janeiro de 2025, estimou que o número de mortos poderia ser 40% maior do que os números oficiais na época, levando em conta fatalidades não registradas.
A Carta Capital publicou uma pesquisa conduzida pelo economista Michael Spagat, do Royal Holloway College, da Universidade de Londres, estimando que, até o início de janeiro deste ano, mais de 80 mil palestinos haviam sido mortos na guerra de Israel em Gaza, 65% a mais do que os nomes que constam nas listas do Ministério da Saúde local.
Nesta segunda-feira (15), o Brasil 247 nos traz a informação de que o número real de mortos em Gaza pode chegar a 680 mil pessoas. A declaração feita pela relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, revela que deste número cerca de 75% são mulheres e crianças.
“Setecentos e dez — este é o número de dias de absoluto horror que o povo em Gaza tem suportado. Sessenta e cinco mil é o número de palestinos certamente mortos, dos quais 75% são mulheres e crianças. Na verdade, devemos começar a pensar em 680 mil, pois este é o número que alguns estudiosos e cientistas afirmam ser o real total de mortos em Gaza”, disse Albanese em coletiva de imprensa.
De acordo com a relatora, esses números são respaldados por diversas fontes, incluindo a revista The Lancet, documentos vazados do Exército israelense e estimativas baseadas em bombardeios e destruição de edifícios. Ela reforçou que as estatísticas oficiais representam uma subestimação significativa.
Um relatório assinado pelo professor israelense Yaakov Garb, publicado em junho através do Harvard Dataverse, aponta que ao menos 377 mil pessoas em Gaza “desapareceram” desde outubro de 2023, sendo que metade desse número seria composta por crianças.
O alerta gravíssimo da ONU para esta subnotificação das vítimas aparece em meio ao aumento gigantesco de bombardeios e extermínios de palestinos nos campos de refugiados e nos incessantes assassinatos de pessoas em busca de ajuda humanitária, leia-se comida – como descrito que seria pelo próprio primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu.





