Dia de hoje na história

5/4/1974: derrota política obriga ‘Israel’ a deixar canal de Suez

Saída foi forçada pela crise econômica global do primeiro Choque do Petróleo

Em 5 de abril de 1974, o governo israelense concluiu a retirada de suas tropas do lado oeste do Canal de Suez, encerrando sua ocupação iniciada na Guerra do Yom Kippur, em outubro de 1973. A saída foi forçada por uma derrota política impulsionada pela crise econômica global do primeiro Choque do Petróleo, quando países da OPEP cortaram a produção, elevando o preço do barril de US$ 3 para US$ 12 em meses. Esse salto expôs a fragilidade da economia mundial e pressionou o imperialismo a obrigar “Israel” a recuar.

A guerra começou em 6 de outubro de 1973, com Egito e Síria atacando “Israel” para retomar territórios perdidos em 1967. Após avanços iniciais árabes, Israel contra-atacou, cruzando o Suez e cercando o 3º Exército egípcio. Um cessar-fogo foi imposto pela ONU em 22 de outubro, mas combates seguiram até janeiro de 1974, quando o Acordo de Kilômetro 101, mediado pelos EUA, determinou a retirada israelense. A OPEP, liderada por países árabes, usou o petróleo como arma, cortando 5 milhões de barris diários, o que quadruplicou os preços e gerou inflação e recessão no Ocidente.

Os EUA, principal aliado de “Israel”, enfrentaram escassez de combustível e uma crise que custou 2% do PIB em 1974. Esse colapso econômico tornou insustentável o apoio irrestrito à guerra, forçando negociações. “A alta do petróleo mostrou que o imperialismo não podia bancar um conflito prolongado”, explica o historiador Norman Finkelstein em análise de 2010. “Israel”, dependente de ajuda americana, cedeu, saindo do Suez sem vitória militar, apenas com um acordo que manteve a península do Sinai sob controle egípcio até 1982.

A crise do petróleo marcou o fim de uma era de crescimento pós-guerra. O sistema econômico mundial, abalado por preços que saltaram de US$3 para US$12 – e depois estabilizaram em US$10 –, nunca se recuperou totalmente, evidenciando como a retirada israelense foi menos um gesto militar e mais uma imposição econômica do imperialismo.

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