Em 21 de fevereiro de 1808, em meio às guerras napoleônicas na Europa, o Império da Rússia iniciou a tomada do território da Finlândia, na época parte do Reino da Suécia. Napoleão Bonaparte, após suas vitórias na Europa, assinou o Tratado de Tilsit em 1807 com o czar Alexandre I da Rússia. Nesse acordo, Napoleão e Alexandre estabeleceram uma aliança contra a Grã-Bretanha e decidiram pressionar a Suécia a aderir ao Bloqueio Continental, uma política econômica destinada a isolar os britânicos do comércio europeu.
O rei sueco Gustavo IV Adolfo, no entanto, era um opositor ferrenho de Napoleão e se recusou a acatar o bloqueio. A Rússia, então, recebeu o aval de Napoleão para invadir a Finlândia, território sueco na época, forçando a Suécia a se submeter.
Em fevereiro de 1808, o exército russo atravessou a fronteira da Finlândia sem uma declaração formal de guerra. O comandante russo, Fiódor Buxhoeveden, liderou cerca de 24 mil soldados, avançando rapidamente por terras finlandesas, surpreendendo as forças suecas, que não estavam preparadas para resistir.
Os suecos tinham menos tropas e estavam espalhados pelo território finlandês. O comandante sueco, Wilhelm Mauritz Klingspor, adotou uma estratégia de retirada tática, evitando confrontos diretos e recuando em direção ao norte da Finlândia para reorganizar suas forças.
Apesar dos avanços russos, a resistência sueca e finlandesa cresceu nos meses seguintes. Tropas sueco-finlandesas conseguiram algumas vitórias importantes, como na Batalha de Siikajoki e na Batalha de Revolax (abril de 1808), onde repeliram as forças russas momentaneamente.
O conflito tomou um rumo diferente no segundo semestre de 1808. Durante o rigoroso inverno finlandês, os suecos esperavam que o frio intenso dificultasse as operações russas. No entanto, os russos conseguiram avançar, forçando os suecos a evacuar Helsinque e outras regiões importantes.
Em setembro de 1808, os russos sitiaram e tomaram a fortaleza de Sveaborg, um dos principais bastiões militares suecos na Finlândia. A perda de Sveaborg foi um golpe devastador para os suecos, pois garantiu o controle russo sobre grande parte da Finlândia.
A resistência sueco-finlandesa tentou reverter a situação no início de 1809, mas a superioridade numérica russa e as dificuldades logísticas dos suecos tornaram a luta insustentável.
Diante da derrota iminente, a Suécia foi forçada a negociar a paz. Em 17 de setembro de 1809, foi assinado o Tratado de Fredrikshamn, pelo qual a Suécia cedia toda a Finlândia para a Rússia.
A Finlândia foi transformada no Grão-Ducado da Finlândia, um estado autônomo sob domínio russo. Embora estivesse sob o governo do czar russo, a Finlândia manteve uma administração relativamente independente, com suas próprias leis e instituições. Essa autonomia ajudou a Finlândia a desenvolver uma identidade nacional distinta, preparando o caminho para sua independência, conquistada em 1917, quando os bolcheviques garantiram o direito à autodeterminação do povo finlandês.
Além disso, a guerra levou à deposição do rei Gustavo IV Adolfo, que foi forçado a abdicar após um golpe em 1809. A Suécia reformulou sua política externa e, posteriormente, em 1814, formou uma união com a Noruega.