A “cultura woke“, mais conhecida no Brasil como “identitarismo”, tem enfrentado um declínio acelerado nos últimos anos. O ano de 2024 consolidou o processo de desgaste dessa política, de modo que, em 2025, ela pode entrar em uma crise total. Longe de representar avanços progressistas, o identitarismo é uma política inteiramente reacionária e contrarrevolucionária. Trata-se, afinal de contas, de uma das faces da política do pior inimigo da humanidade: o imperialismo.
O declínio da “cultura woke” pôde ser visto em diversos acontecimentos de 2024. A tentativa de impulsionar a candidatura de Kamala Harris — uma mulher negra — como ferramenta de demagogia identitária fracassou estrondosamente. Sua derrota expõe o esgotamento desse discurso vazio, desconectado das necessidades reais das massas, ao mesmo tempo em que foi utilizado para encobrir o genocídio na Faixa de Gaza. De maneira semelhante, a esquerda brasileira sofreu uma derrota histórica nas eleições municipais ao basear sua política no identitarismo, ignorando as demandas materiais da população empurrando os trabalhadores para o bolsonarismo. Além disso, a abertura das Olimpíadas de Paris, marcada por circo de horrores identitário, gerou uma reação negativa generalizada, refletindo a fadiga do identitarismo.
Outro sinal significativo foi o crescimento rápido da aliança liderada por Sahra Wagenknecht na Alemanha. Essa organização, que rompeu explicitamente com o identitarismo, atraiu um grande número de apoiadores em um curto espaço de tempo, demonstrando que a esquerda tende a se aproximar das massas quando rompe com essa política. Por fim, há ainda de se destacar que o caráter reacionário e pró-imperialista do identitarismo ficou claro nas perseguições ao jornalista Breno Altman, condenado em leis criadas pelos identitários.
A decadência da “cultura woke” é um passo importante para a luta de classes. Ela significa, no final das contas, que a rejeição à política do imperialismo está crescendo. Mais ainda: que o povo, em meio a uma crise política de grandes proporções, está conseguindo distinguir os seus inimigos, ainda que eles utilizem uma fantasia pretensamente “progressista”.
Cabe a esquerda, em 2025, ajudar a enterrar o cadáver do identitarismo e mobilizar os trabalhadores em torno de uma política revolucionária.