Segundo denúncia da emissora catariana Al Jazeera, 154 palestinos soltos pelo Estado de “Israel” foram expulsos de sua própria terra, enviados contra a vontade para países como o Catar, Egito e Turquia, sob a condição de que nunca mais retornem à Palestina. Trata-se de uma política criminosa de deportação em massa, uma punição política e uma forma de desarticulação da luta palestina.
“Eles saem de uma pequena prisão, mas são enviados para uma prisão maior, longe da sua sociedade”, denunciou Tamer Qarmout, professor do Doha Institute for Graduate Studies. “Eles são cidadãos da Palestina. Eles não têm outras cidadanias. Não escolheram sair. Isso é deportação”.
Familiares dos prisioneiros foram enganados. O caso de Muhammad Imran escancara a manipulação do Estado de “Israel”: sua família foi informada que ele retornaria para casa após mais de 20 anos preso. Prepararam tudo para recebê-lo. Mas, em cima da hora, foram notificados que Muhammad seria deportado para o Catar. Sua mãe, que esperava pelo abraço do filho, agora enfrenta uma nova forma de luto: um exílio perpétuo sem sequer a chance de vê-lo novamente.
“Esperamos anos por esse momento. Agora dizem que ele foi embora, que não pode voltar. Que liberdade é essa?”, questiona um familiar à imprensa árabe.
Essa não é uma exceção. É a regra. “Israel”, como Estado ocupante e colonial, usa o exílio como arma para destruir os laços sociais, familiares e nacionais do povo palestino. A libertação sem o retorno à terra natal é uma farsa. Trata-se de uma política de limpeza étnica contínua, de apagamento da identidade nacional palestina.
O Estado sionista — sustentado pelo imperialismo norte-americano e europeu — tenta se apresentar de civilizado, de parceiro em negociações de paz. Mas as ações falam mais alto: tortura sistemática nas prisões, detenção sem julgamento, abusos sexuais, negligência médica, isolamento prolongado, e agora, o exílio forçado como moeda de barganha.





