Oriente Próximo

15 anos do martírio do pai das ciências nucleares no Irã

Assassinado pelo Mossad, Majid Shahriari desempenhou papel central no avanço do programa nuclear do país

Quinze anos após o assassinato do professor Majid Shahriari, em 29 de novembro de 2010, autoridades iranianas, universidades e lideranças religiosas realizaram novas homenagens ao cientista, considerado um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do programa nuclear do país. O ataque, executado por agentes do Mossad, marcou uma fase de operações destinadas a impedir o avanço tecnológico do Irã.

Pesquisador central do programa nuclear

Shahriari, nascido em 1966 na província de Zanjan, formou-se integralmente no Irã e alcançou o posto de professor titular da Universidade Shahid Beheshti em 2009. Especialista em engenharia nuclear e matemática aplicada a reatores, foi responsável por dezenas de estudos, orientações acadêmicas e projetos de pesquisa que sustentaram a expansão das capacidades nacionais de enriquecimento de urânio.

O Ministério da Ciência e dirigentes acadêmicos destacaram nesta semana que a formação de quadros científicos autônomos, característica da trajetória de Shahriari, continua sendo uma das prioridades do país.

Luta contra o Stuxnet

Durante o ano de 2010, Shahriari integrou a equipe montada para responder ao ataque cibernético conhecido como Stuxnet, arma digital elaborada pelos Estados Unidos e por “Israel” para danificar as instalações industriais e nucleares iranianas. Segundo relatos de colegas, o professor trabalhou diariamente por meses na análise do código malicioso e no processo de descontaminação dos sistemas industriais. Autoridades afirmam que a ação do grupo neutralizou grande parte dos efeitos do vírus.

Cálculo do enriquecimento a 20%

Outro episódio lembrado nas solenidades foi sua participação no projeto iraniano de produção de urânio enriquecido a 20%. O então diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, afirmou que Shahriari assumiu sozinho os cálculos necessários para o avanço do programa, tarefa considerada central para a autonomia tecnológica do país naquele período.

Reconhecimento de colegas e estudantes

Docentes da Universidade Shahid Beheshti destacaram que o professor mantinha oficinas regulares para capacitar grupos de novos pesquisadores, medida que permitiu a continuidade dos estudos após sua morte. Estudantes também relataram episódios de apoio pessoal e acadêmico, prática pela qual Shahriari ficou conhecido dentro da instituição.

Homenagens religiosas

Em discursos realizados em escolas religiosas e centros acadêmicos, o aiatolá Javadi Amoli reiterou que Shahriari era reconhecido por sua dedicação às práticas religiosas e pelo caráter austero. A autoridade afirmou que o cientista “transformou o conhecimento em instrumento de defesa nacional”.

Familiares também participaram das cerimônias. Sua esposa, que estava no carro no momento da explosão, lembrou que o professor era alvo de ameaças desde os ataques cibernéticos de 2010.

O atentado

O ataque que martirizou o professor ocorreu na manhã de 29 de novembro de 2010, quando uma motocicleta se aproximou do carro no qual Shahriari viajava com a esposa em Teerã. Uma bomba magnética foi fixada na porta do motorista e detonada em seguida.

Legado

O Ministério da Energia Atômica declarou que o programa nuclear não sofreu interrupções após os assassinatos e que os projetos sob responsabilidade de Shahriari foram assumidos por equipes formadas majoritariamente por seus próprios estudantes. Segundo a pasta, os avanços recentes no setor reforçam que o país mantém independência no desenvolvimento de tecnologia nuclear.

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