Na década de 1790, as tropas francesas, sob o comando de Napoleão Bonaparte, estavam expandindo o domínio da França pela Europa, incluindo a Itália. A Itália, na época, estava fragmentada em vários pequenos estados, muitos dos quais estavam sob controle ou proteção do Papado. O Papa Pio VI, que governava os territórios papais, era visto com desconfiança por muitos movimentos republicanos e revolucionários que floresciam na França e em outras partes da Europa.
Além disso, a Revolução Francesa de 1789 havia criado um ambiente de radicalização política na Europa, e as ideias republicanas e anti-monárquicas estavam se espalhando. Em 1796, as tropas francesas, sob o comando de Napoleão, começaram a invadir a Itália, derrotando as forças de vários pequenos estados, incluindo o Papado.
Em 1797, o exército francês conseguiu derrotar as forças papais e estabelecer a República Cisalpina no norte da Itália, que estava sob controle francês. No entanto, os franceses não pararam por aí. Em 1798, Napoleão, que já havia se estabelecido como uma figura poderosa, decidiu dar um golpe decisivo no poder do Papa. As forças francesas invadiram o Estado Pontifício, a região que era governada diretamente pelo Papa.
Com a retirada de Pio VI, que foi preso e levado para a França, a autoridade papal se desintegrou. Em fevereiro de 1798, os franceses proclamaram a criação da República Romana, com apoio de algumas organizações republicanas locais, que viam a oportunidade de implementar um governo baseado nas ideias da Revolução Francesa, como a secularização, a igualdade civil e o fim dos privilégios da Igreja.
A República Romana foi estruturada sob os princípios da Revolução Francesa, com ênfase na secularização do poder e na abolição dos privilégios da Igreja Católica. A religião foi fortemente marginalizada, e reformas constitucionais foram implementadas. O novo governo republicano era influenciado pelos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, e foram feitas tentativas de modernizar o sistema político e social de Roma.
Um dos primeiros atos foi a abolição do feudalismo, com a redistribuição das terras da Igreja e das ordens religiosas. Também foram feitas mudanças no sistema judicial, inspiradas na legislação francesa, além da criação de novas instituições republicanas, como um governo centralizado, com uma Assembleia Nacional e uma Constituição. Roma se tornou a capital dessa nova república.
Apesar do entusiasmo inicial de certos grupos republicanos, a nova república enfrentou grande oposição interna. O papado tinha um apoio considerável, tanto entre os romanos quanto entre outros setores da sociedade, como a nobreza e a Igreja. O governo francês, que estava por trás da criação da república, não conseguiu garantir o apoio popular e teve dificuldade em manter a ordem em Roma.
Além disso, o governo francês estava lidando com uma série de problemas em toda a Itália e na Europa, incluindo a reação das potências monárquicas, como a Áustria, que estavam se opondo à crescente influência francesa. Em 1799, o exército austríaco invadiu a Itália, derrotou as forças francesas e avançou para Roma, o que enfraqueceu significativamente a República Romana.
A resistência local e a intervenção militar das potências estrangeiras fizeram com que a república fosse desestabilizada. Em julho de 1799, as tropas austríacas, com o apoio de forças internas contrárias ao regime republicano, tomaram Roma. O Papa Pio VI foi liberto da prisão na França e restabelecido em seu poder, pondo fim ao experimento republicano.