Entre os dias 11 e 13 de abril, foi realizado, na Capital Federal, o 12º Congresso da Fetec/CUT/CN (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito Centro-Norte), que teve como tema principal “Construindo o Ramo Financeiro”.
O Congresso, que reuniu cerca de 150 integrantes — entre delegados e convidados — eleitos nos 13 sindicatos filiados das diversas bases territoriais, tais como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Pará, Brasília e regiões do entorno da Capital Federal, que representam dezenas de milhares de trabalhadores bancários dessas regiões, debateu e aprovou uma pauta de luta com o objetivo de barrar a ofensiva reacionária de retirada dos direitos sociais e trabalhistas. A conjuntura é marcada pelo crescimento das privatizações, demissões, precarizações, flexibilizações e informalidade, que ameaçam o presente e o futuro do trabalho bancário e dos demais trabalhadores do ramo financeiro — conforme consta no texto-base apresentado no Congresso da Fetec. O Congresso aprovou princípios e eixos estratégicos que irão orientar o Plano de Ação Sindical da federação na gestão 2025 a 2029.
No primeiro dia, sexta-feira, o evento foi iniciado com a apreciação do balanço financeiro de 2024 e com a ratificação e extensão da base territorial dos estados do Pará e do Amapá, encerrando-se com uma belíssima confraternização, com um delicioso jantar entre os membros, regado a um excelente repertório musical sob a batuta e interpretação de um dos grandes representantes artísticos da cidade, Marinho Lima, que, acompanhado de seu violão, interpretou canções da música popular brasileira, oferecendo um belíssimo espetáculo aos presentes.
No segundo dia, além da aprovação do Regimento Interno, realizou-se a mesa de debate sobre a conjuntura, que foi introduzida pela deputada federal do PT de Brasília, Érika Kokay. O destaque de sua intervenção foi a preparação da categoria bancária para os próximos desafios, no sentido de enfrentar os cenários adversos impostos pela crise mundial capitalista.
Os companheiros das Correntes Nacionais Sindicais Causa Operária, Bancários em Luta, que participaram do Congresso, salientaram a importância de os dirigentes e a vanguarda da categoria bancária terem a clareza de que um novo golpe está sendo gestado pelos representantes dos países imperialistas em solo brasileiro — isto é, pela Frente Ampla e pelo PIG (Partido da Imprensa Golpista) — com o objetivo de impor um aprofundamento da política neoliberal, ao estilo de Javier Milei na Argentina, ou seja, um ataque ainda mais duro às já precárias condições de vida da classe trabalhadora, para satisfazer os interesses dos grandes banqueiros e capitalistas nacionais e internacionais.
Logo após a análise de conjuntura, foi realizada a apresentação dos painéis do Dieese e do Diap, cujos números apresentados evidenciam os ataques dos banqueiros em relação a demissões, terceirizações, arrocho salarial e projetos em tramitação no Congresso Nacional, que caminham para aprofundar os ataques à categoria bancária.
No terceiro e último dia do Congresso, foi realizada a apresentação e aprovação das moções. Entre elas, destaca-se a defesa da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e de seu atual presidente, João Fukunaga, que vêm sendo sistematicamente atacados para que banqueiros e capitalistas tomem de assalto, via TCU, o fundo — que é um patrimônio dos trabalhadores do BB. Também foi aprovada por unanimidade, pela plenária do ConFetec, a importante moção de apoio à luta do povo palestino contra o genocídio promovido pelo regime sionista e pela defesa da ruptura do governo Lula com o governo de “Israel”, apresentada pelos membros de Bancários em Luta. Um exemplo que precisa ser seguido por todo o sindicalismo combativo, a fim de pressionar o governo brasileiro a romper com a política do imperialismo de massacre ao povo palestino.
Por fim, logo após a aprovação das moções apresentadas, realizou-se a eleição e posse da nova diretoria para o próximo quadriênio, tendo à frente, como presidente, Rodrigo Brito, da base de Brasília, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília e ex-presidente da CUT/DF. Como vice, foi eleita a companheira Neide Rodrigues, presidenta do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso do Sul.
A realização do Congresso da Fetec não deixa dúvidas: o que está colocado para os bancários neste momento é preparar, organizar e mobilizar os trabalhadores em um forte movimento contra a ofensiva dos patrões, respondendo aos planos de ataques com um programa de lutas em defesa de seus direitos, conquistados através de muita luta, e de suas legítimas reivindicações.