Mais de 125 mil colonos israelenses abandonaram o país de forma permanente entre o início de 2022 e agosto de 2024, segundo um relatório apresentado nesta segunda-feira ao Comitê de Imigração e Absorção do Parlamento israelense (Knesset). Esse êxodo em massa, descrito pelo presidente do comitê, o deputado Gilad Kariv, como “não uma onda de emigração, mas um tsunami de israelenses optando por deixar o país”, representa a maior perda de capital humano na história recente do Estado colonial em um período tão curto.
A causa? Os impactos profundos da guerra genocida contra os palestinos em Gaza, iniciada em outubro de 2023, e a reação inabalável da resistência palestina.
Os números falam por si só. De acordo com o relatório elaborado pelo Centro de Pesquisa e Informação do Knesset, o balanço migratório líquido de “Israel” – calculado como o número de colonos que saíram sem intenção de retornar, menos os que voltaram a longo prazo – registrou uma queda de 125.200 pessoas nesse intervalo. Em 2022, ano anterior ao início da agressão em Gaza, 59.400 israelenses já haviam partido. Mas foi em 2023, com o lançamento da ofensiva que matou quase 70 mil palestinos até o cessar-fogo deste mês, que o êxodo explodiu para um recorde histórico de 82.800 saídas. Nos primeiros oito meses de 2024, mais 50 mil fugiram.
Para contextualizar a gravidade, basta comparar com o passado: entre 2009 e 2021, a média anual de emigrantes de longo prazo era de cerca de 40.500. Agora, o regime enfrenta uma debandada que triplica esses patamares, expondo a fragilidade interna de um projeto colonial construído sobre o roubo e a violência. A guerra em Gaza, que devastou a Faixa com bombardeios incessantes e um bloqueio cruel, reverberou diretamente em “Israel”: protestos internos, falhas na economia de guerra e um senso generalizado de insegurança.
“Israel” sentiu na pele os impactos da resistência heroica do Hamas e de todo o povo palestino. O que começou como uma operação de retaliação legítima em 7 de outubro de 2023, em resposta a décadas de ocupação brutal, transformou-se em um pesadelo para os agressores. Enquanto Gaza resistia com bravura, o custo humano e material para “Israel” se acumulava: reservas de munição esgotadas, economia à beira da recessão e uma população civil que, ironicamente, não suporta mais o peso de sua própria máquina de repressão. Milhares de soldados israelenses mortos ou traumatizados, famílias dilaceradas e um futuro incerto – tudo isso sem o colapso total apenas porque o imperialismo norte-americano e europeu injeta bilhões em ajuda militar e diplomática.
Os colonos fugindo em massa são o testemunho irrefutável dessa dependência. Os colonos fugiram do “paraíso prometido” que o sionismo vendeu ao mundo como uma “terra sem povo para um povo sem terra”. Em vez disso, o que se tem é um Estado falido, sustentado artificialmente pelo imperialismo em declínio que já não pode confiar em “Israel” como seu cão de guarda no Oriente Médio.





