Dia de hoje na história

12/4/1927: Chiang Kai-shek ordena o Massacre de Changai

Massacre foi também uma traição do stalinismo contra a classe trabalhadora

Na última quinta-feira (12), completaram-se 98 anos do Massacre de Changai, ocorrido entre 12 e 15 de abril de 1927, quando o general Chiang Kai-shek, líder do Kuomintang, desencadeou uma repressão brutal contra comunistas e trabalhadores na maior cidade industrial da China. O episódio, conhecido como Incidente de 12 de Abril, resultou em 5 mil a 10 mil mortes, segundo historiadores, marcando o fim da Primeira Frente Unida entre o Kuomintang e o Partido Comunista Chinês (PCC).

Em março de 1927, trabalhadores liderados por Zhou Enlai e Chen Duxiu, do PCC, tomaram Changai das forças dos senhores da guerra, na chamada Comuna de Changai. A revolta operária, armada, transformou a cidade em símbolo revolucionário. Mas a chegada do Exército Revolucionário Nacional, sob Chiang Kai-shek, reverteu a situação. Em 9 de abril, ele declarou lei marcial e, na madrugada do dia 12, a Gangue Verde, aliada ao Kuomintang, atacou sedes sindicais, matando mais de 300 pessoas. No dia seguinte, soldados da 26ª Divisão abriram fogo contra uma manifestação, deixando 100 mortos.

Chiang dissolveu o governo provisório de Changai, baniu sindicatos comunistas e prendeu ou executou milhares. A repressão se estendeu a Guangzhou e Changsha, com mais mortes. O massacre rompeu o Kuomintang, com Chiang consolidando-se em Nanquim contra o governo de Wuhan, liderado por Wang Jingwei, que também expulsou comunistas em julho de 1927. A União Soviética, que orientava a Frente Unida, rompeu com o Kuomintang, enquanto o PCC, dizimado, iniciou a Revolta da Colheita de Outono.

A tragédia foi agravada pela política soviética, que subordinou o PCC ao Kuomintang, ignorando repressões anteriores, como o Golpe de Cantão (1926). Após 1927, o PCC recuou para a luta camponesa, na Grande Marcha de Mao Tsé-Tung, até ganhar força com a invasão japonesa na década de 1930. O massacre permanece como marco da traição aos trabalhadores e da brutalidade contra a luta operária.

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