A Vila Cultural Cobra Coral, localizada em Brasília, enfrenta a ameaça de remoção de mais de 100 famílias pelo Governo do Distrito Federal (GDF). O desalojamento, previsto em um plano de demolição elaborado em novembro, afeta uma comunidade que existe desde a década de 1970, abrigando centros de cultura e espiritualidade fundamentais para a história e a identidade da capital. A medida, justificada pela inclusão do território na poligonal do Parque da Asa Sul, ignora décadas de ocupação legítima e a participação insuficiente dos moradores na elaboração do Plano de Manejo do Parque.
A denúncia destaca que, apesar de visitas recentes de agentes públicos à área, não houve transparência sobre os motivos da operação. O adiamento da ação não elimina a ameaça, que segue pairando sobre as famílias e as estruturas culturais da Vila. A comunidade reivindica o reconhecimento da área como patrimônio histórico e cultural de Brasília, exigindo que o GDF respeite os direitos dos moradores e busque soluções que preservem a permanência da Vila em seu lugar de origem. O apoio à causa é vital para evitar mais uma remoção violenta em nome de interesses que desprezam a memória e a cultura locais.
Pela defesa e reconhecimento da Vila Cultural como um patrimônio histórico e cultural da história de Brasília e pela sua proteção!
A Vila Cultural é um espaço único que abriga centros de cultura que são fundamentais para a nossa comunidade. Diante das ameaças de desocupação pelo GDF, nós exigimos que sejam respeitados os direitos dos moradores e frequentadores da Vila Cultural.
Nós, abaixo-assinados, comprometemo-nos a defender a Vila Cultural e convidamos o GDF a trabalhar conosco para encontrar soluções que preservem a história e a cultura da nossa cidade. Assinamos abaixo para demonstrar nosso apoio à Vila Cultural e convidamos todos a se juntarem a nós nessa luta!
A Vila Cultural existe pelo menos desde 1970, conforme comprova instrumento particular de cessão de direito de chácara de 20 de março de 1970, transferindo posse e benfeitorias a Luiz Gonzaga do Nascimento – hoje finado, foi responsável pela chegada do Centro Espírito Pai Joaquim de Aruanda.
Há muitas moradias que remontam a meados dos anos 80, constituindo-se como um assentamento informal. Assim como a Vila Telebrasília, a Vila Planalto e a Candangolândia, é uma das poucas áreas da cidade onde permaneceu e resistiu ao urbanismo emergente.
De lá para cá, ocorreram dinâmicas de expansão da ocupação, em diferentes ciclos históricos, configurando o atual território.
Ameaça de demolição
Em julho de 2024, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural – Prodema encaminhou ofício sobre a necessidade de demolição dos domicílios que estão dentro da poligonal do Parque da Asa Sul.
Em 2 de outubro de 2024, foi realizada reunião no âmbito da Casa Civil do GDF para tratar de “operações integradas” na poligonal do Parque da Asa Sul.
Ainda há imprecisões sobre o objeto específico da desocupação, mas especula-se que o GDF pretende demolir cerca de 70 domicílios localizados na poligonal do Parque.
A operação estava marcada para os dias 4 a 8 de novembro de 2024. Ocorreu visita de órgãos públicos na região nos últimos dias, mas nada foi informado à comunidade.
Pelo contrário, ao serem indagados sobre o motivo de estarem na área, os agentes públicos não se pronunciaram. Após movimentação, informaram apenas que iriam adiar a ação.
Parque da Asa Sul
O Parque foi criado em 2003, implantado em meados de 2010 e seu Plano de Manejo data de dezembro de 2018. A categoria do Parque foi alterada para Parque Ecológico em 2019.
(Em todas essas etapas, já existiam partes da ocupação da Vila Cultural)
A área hoje denominada Parque de Uso Múltiplo da Asa Sul foi contemplada em 2010 com o documento “Plano Socioambiental do Parque de Uso Múltiplo da Asa Sul”.
À época, boa parte das moradias que hoje se alega estarem dentro do Parque já existiam.
O Plano de Manejo do Parque da Asa Sul, aprovado em 2018, contou com um processo precário de participação social em sua construção, não envolvendo de forma adequada os moradores e as lideranças da Vila Cultural.
Assine para apoiar esta causa em prol da permanência da Vila Cultural em seu lugar de origem e que a história, cultura e espiritualidade de Brasília sejam preservadas e respeitadas!
Agradecemos seu apoio”.
Acesse o abaixo assinado: