Os vigilantes terceirizados do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) não receberam o 13º salário, conforme preconiza a legislação trabalhista. Ao perceberem a irregularidade, o sindicato rapidamente se mobilizou, organizou os trabalhadores e, no dia 26 de dezembro, toda a categoria entrou em greve.
Relatos indicam que as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores foram inúmeras, caracterizando uma verdadeira avacalhação e humilhação generalizada, com a categoria passando o Natal sem ceia e vendo suas contas atrasarem.
Representando 102 vigilantes, o sindicato da categoria (Sindesv-DF), informou que todas as alas do Hospital de Base ficaram sem segurança durante o período da greve. O sindicato também comunicou que os trabalhadores estão sem o pagamento das férias, com o FGTS atrasado e sem o valor retroativo da data-base.
O Instituto Iges-DF, responsável pela administração do hospital, informou que terceirizou o serviço de vigilância para a empresa Visan Segurança. Iges-DF afirmou, ainda, que não possui débitos com a terceirizada e acusa a Visan de ser responsável pelo não cumprimento das obrigações contratuais.
O fato é que o dinheiro foi repassado pelo Estado para garantir o serviço prestado pela empresa terceirizada no hospital. No caso, os repasses foram feitos ao Iges-DF, que contratou a Visan Segurança, mas este dinheiro não foi repassado aos trabalhadores. A Visan reteve os recursos e desrespeita os direitos dos vigilantes, não efetuando os pagamentos devidos.
Diante disso, a única alternativa para reverter essa situação de injustiça é a paralisação do serviço, por meio da organização sindical e mobilização popular. Com 100% da categoria em greve, a Iges-DF, contratante da Visan, efetuou o pagamento do 13º salário após cinco horas de paralisação. O sindicato informou que continuará a luta para garantir o pagamento dos outros valores que continuam pendentes por parte da terceirizada Visan.
Este caso confirma que a terceirização resulta na precarização e humilhação dos trabalhadores. O único caminho para enfrentar o sistema de trabalho exploratório é por meio da mobilização popular e da organização da greve.