A cidade de Araçoiaba da Serra, a 120 km de São Paulo, volta a sediar o Acampamento de Férias da Aliança da Juventude Revolucionária, que, em sua edição de inverno, realizará também o mais novo curso de formação política da Universidade Marxista, com o tema Lênin e a Revolução Russa, em memória do centenário da morte do principal dirigente da primeira revolução proletária feita pela humanidade.
Com aulas ministradas pelo presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, o curso Lênin e a Revolução Russa destacará tanto a liderança de Lênin, quanto o processo revolucionário por ele dirigido.
Cumprindo o papel de força colonial francesa, a Rússia era mantida na Primeira Grande Guerra pelas potências imperialistas para manter as forças alemãs divididas, mesmo sendo flagrantemente inferior aos países com interesses reais no conflito, especialmente Reino Unido, França, Estados Unidos, Alemanha e Itália. Anos antes, em 1905, demonstrara seu atraso ao ser derrotada pelo Japão na Guerra da Manchúria. Desta derrota, resulta a Revolução de 1905, tratada como ensaio-geral para a próxima revolução pelo partido dirigente da Revolução Russa, o Partido Bolchevique.
Mesmo com a flagrante inferioridade russa, a pressão das nações imperialistas mantém o Império Russo no conflito, com um custo enorme para a economia e, naturalmente, o povo. No clássico A História da Revolução Russa de Leon Trótski, o dirigente revolucionário diz que os russos ironizavam a própria tragédia dizendo que “os franceses lutarão até a última gota de sangue… russo”.
Sem condições de sustentar a frente oriental ou de opor qualquer coisa que não fosse uma distração aos alemães, o imperador russo, czar Nicolau II, dedica-se a benzer suas maltrapilhas tropas, mal armadas e parcamente equipadas. Em 1917, a carestia causada pelo esforço de guerra e a matança em escala industrial pela permanência do país no conflito se tornam insustentáveis.
No dia 27 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano, usado no Brasil), uma manifestação de mulheres operárias aproveita a data (o dia internacional da mulher trabalhadora) para ir às ruas da cidade de Petrogrado (atual São Petersburgo e capital do Império Russo à época) reivindicar uma política contra a carestia e o fim do conflito. O governo envia tropas para reprimir o movimento, porém, os soldados se unem aos manifestantes.
Após oito dias de protestos radicalizados, a insatisfação convulsiona toda a cidade e se espalha para o resto do império, levando Nicolau II a abdicar, encerrando o regime czarista. Acabava, então, o último resquício da Idade Média na Europa.
Lênin encontrava-se no exílio, desde 1900. Durante esse período, viveu em vários países europeus, incluindo Suíça, Alemanha e França. Ele passou a maior parte de seu tempo em exílio trabalhando na imprensa revolucionária e organizando o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), que eventualmente se dividiu em duas facções principais: os bolcheviques e os mencheviques.
Liderando a facção bolchevique, Lênin passará seus anos finais de exílio na Suíça. Apesar do novo governo proclamar-se democrático, o novo regime, comandado por elementos direitistas da esquerda russa, dificultava o retorno do revolucionário. Ainda, havia a guerra em si, que dificultava viagens dessa natureza, tornando-a um empreendimento complexo e perigoso.
Com ajuda da Alemanha, o dirigente revolucionário consegue voltar à Rússia, chegando à Estação Finlândia em 3 de abril (16 de abril no calendário gregoriano). De lá, apresenta as famosas Teses de Abril, chamando os trabalhadores a desconfiar do governo provisório e manterem-se mobilizados pelo fim da guerra.
As teses não foram bem recebidas pela esquerda russa da época, conforme o relato de Trótski na obra supracitada, mas logo se provariam acertadas. Em meio ao aprofundamento da crise, o governo “democrático” logo cai em descrédito popular, levando a um crescimento exponencial dos bolcheviques em meio à crise do regime. Em 25 de outubro (7 de novembro no calendário gregoriano), os revolucionários derrubam o regime parlamentar.
Em um intervalo de apenas oito meses, a Rússia sai da Idade Média para se tornar a primeira república operária da história, um salto histórico para o qual Lênin fora fundamental, conforme a apreciação de Trótski. E para estudar todo esse desenrolar com mais detalhes, militantes do PCO, simpatizantes e entusiastas da Revolução Russa e da obra de Lênin são convidados a participarem do Acampamento de Férias, que começa neste sábado (13), estendendo-se até o sábado seguinte (20).
Por isso, não perca tempo e inscreva-se já no próximo curso de formação marxista organizado pelo PCO por meio deste link.