No próximo sábado, dia 10 de fevereiro, começa oficialmente o Carnaval na maioria dos estados brasileiros. Maior manifestação cultural do Brasil, o Carnaval sempre foi, por seu caráter massivo, também uma atividade bastante politizada, em que se sobressaem as sátiras, as paródias e mesmo os protestos.
Em 2019, por exemplo, quase todos os blocos carnavalescos entoaram palavras de ordem contra o então recém-empossado Jair Bolsonaro (PL). Com expressões como “Bolsonaro é o c*” e “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”, as manifestações acabaram preparando os principais atos públicos que ocorreram naquele ano, entre os meses de março e junho. Em 2020, a oposição a Bolsonaro também se fez presente, sendo ainda mais frequente a consigna “Fora Bolsonaro”, que propunha, diretamente, a derrubada do governo.
Diante dessa tradição, o Partido da Causa Operária (PCO) organiza atividades próprias e participa de atividades com grupos parceiros durante as celebrações carnavalescas. O PCO é, afinal, o partido da mobilização, que saiu às ruas durante a pandemia de coronavírus quando todo o restante da esquerda defendia o “fique em casa”, e que hoje é quem mais defende a luta do povo palestino. Sendo o carnaval um momento em que a população sai às ruas e se manifesta espontaneamente, a organização trotskista não poderia ficar de fora.
Merece destaque também o fato de que há um esforço da direita para esmagar a espontaneidade do Carnaval: controlar, reprimir, privatizar e até mesmo acabar com a festa. Em Olinda, por exemplo, onde há o Carnaval mais popular do País, a direita procura, há anos, instalar camarotes, o que acabaria com o caráter democrático da festa. Em São Paulo, João Doria, quando prefeito, inaugurou os toques de recolher no Carnaval, que chegava a ser dispersado com rojões.
A esquerda identitária, por sua vez, colabora com o clima repressivo contra o Carnaval com suas teses absurdas que visam a censura do povo. Todo ano, algum professor universitário formado pelos Estados Unidos aparece na imprensa capitalista para dizer que fantasia de índio é “apropriação cultural”.
As principais atividades organizadas pelo PCO acontecerão em São Paulo e no Rio de Janeiro, estados onde se concentra a maior parte da classe operária brasileira. Confira a programação completa:
Sábado – 10/2
- 13h: Análise Política da Semana no CCBP-SP
- 16h: Baile à fantasia do CCPB-SP, com a banda Revolução Permanente
- 21h: Participação no desfile da Escola de Samba Em Cima da Hora Paulistana na Vila Matilde
Domingo – 11/2
- 12h: Participação no Bloco Jardim dos Álamos, em Parelheiros (rua Henrique Roschel Christi, 646), em defesa da Palestina com a Bateria Zumbi dos Palmares
Terça-feira – 13/2
- Bloco do PCO na Lapa, no Rio de Janeiro
Sexta-feira – 16/2
- Desfile da Unidos do Jacarezinho no Rio de Janeiro