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Eleições municipais

Veja com foi a sabatina de João Pimenta na Uol/Folha de S.Paulo

Jovem dirigente é o candidato do PCO nas eleições paulistanas

Nessa quinta-feira (12), João Jorge Caproni Pimenta, candidato do Partido da Causa Operária (PCO) a prefeito da cidade de São Paulo, participou de uma sabatina promovida pelo UOL/Folha de S.Paulo.

Mostrando o desprezo da burguesia pelos partidos revolucionários, que não fazem da atividade eleitoral um momento para enganar a população, o primeiro apresentador fez questão de dizer que o plano de governo do PCO é de longe o mais superficial nas propostas objetivas sobre a cidade” e que “ele deixa claro que ele é genérico de propósito”. Após essas considerações, João Pimenta foi, enfim, convidado a falar sobre o trânsito.

“Nós apresentamos uma plataforma que é unitária para vários municípios, porque é a nossa consideração de que os problemas que afetam a cidade de São Paulo são decorrência dos problemas que afetam todos os municípios de diferentes formas e que têm a ver com aquilo que afeta o governo estadual e o governo federal”, explicou Pimenta logo de início. “Sobre o problema das multas, a questão aqui é a seguinte. Toda vez que o pessoal fala de multa, o cidadão fala: ‘ah, o cara correu um sinal vermelho, ultrapassou o limite de velocidade, etc.’. Só que, além dessas multas, que são em grande medida, mais razoáveis, você tem uma infinidade de multas que se tornaram uma espécie de segundo imposto para o trabalhador na cidade de São Paulo. A prefeitura arrecada milhões, se é que não chega na casa do bilhão, todo ano multando as pessoas”.

O candidato a prefeito do PCO seguiu explicando que é preciso adotar uma política para reduzir as mortes e a violência no trânsito que seja, em primeiro lugar, positiva e não impositiva. “O que eu quero dizer com isso é que precisamos melhorar a qualidade do transporte público para que as pessoas, ao invés de optar por fazer o seu trajeto de carro, prefiram fazer de transporte público, seja porque é mais barato, mais cômodo e mais rápido”

Tentando constranger o candidato, um dos entrevistadores afirmou que a classe trabalhadora não utiliza veículos particulares – e que, portanto, as multas não deveriam ser uma preocupação do candidato. Pimenta, então, explicou que o Brasil tem uma das frotas de veículos mais velhas do mundo. “Muito trabalhador tem carro. O cidadão tem um Fusquinha, muito trabalhador trabalha de Uber, então usa o carro para trabalhar. Você tem uma quantidade gigantesca de trabalhadores que trabalham como entregadores, usando motocicleta”.

Após o debate sobre o trânsito, chegou o momento de discutir a educação. Nós consideramos que o principal problema da educação aqui não é nenhum plano que você poderia dizer assim que seja milagroso, mas seria, principalmente, nós temos que retomar o orçamento da cidade, do Estado e do governo federal, que está sendo roubado pelos especuladores financeiros e pelos bancos”, explicou o jovem candidato. “Porque vários candidatos vão vir aqui e vão falar: ‘não, o município tem dinheiro, vai conseguir fazer A, B ou C. Nós temos que dizer francamente: o município não tem dinheiro”

Ao ser questionado sobre a zeladoria, João Pimenta deixou claro que era contra a repressão aos ambulantes. “O sistema político, o Estado e os empresários têm que escolher. Ou eles arranjam emprego para o pessoal ganhar um salário decente, ou eles deixam o cara se virar para arranjar um salário. Não dá para você ir lá e tirar os dois do cidadão”.

Na questão da habitação, João Pimenta explicou o programa do PCO, que defende a expropriação da especulação imobiliária e a construção de moradias populares. No entanto, nesse momento, foi interrompido pelos entrevistadores, que insistiram para que Pimenta apresentasse números concretos sobre quantas casas seriam construídas.

O candidato do PCO, no entanto, deixou claro que “essa avaliação tem que ser feita uma vez que você chega no governo e junto aos movimentos sociais e às organizações de trabalhadores”. Não foi o suficiente para os entrevistadores, acostumados à enrolação típica dos debates eleitorais entre os candidatos da burguesia. O candidato do PCO, então, explicou, fazendo referência ao candidato do PRTB, Pablo Marçal:

“Ele não tem número nenhum. O plano dele é construir um teleférico. Eu tenho a impressão de que o pessoal está mais preocupado com a situação política geral e está votando por motivos políticos, inclusive de conjuntura, do que por candidatos que estão apresentando um monte de números que o pessoal já sabe que é enrolação”.

Ao ser perguntado sobre a questão da segurança, João Pimenta defendeu a tradicional posição do PCO de fim das polícias, incluindo a Guarda Municipal. “A nossa proposta fundamental para a questão da segurança pública é, primeiro, a dissolução da GCM. Consideramos que é uma guarda especializada na violação dos direitos dos trabalhadores e a criação do sistema de milícias populares, onde as pessoas que vão cuidar da segurança pública são eleitas bairro a bairro. Elas serão responsáveis perante a comunidade que as elegeu. Quer dizer, se cometerem um erro, elas vão ser responsabilizadas, podem perder o cargo e ser substituídas por outra pessoa”.

Com 35 minutos – muito menos que todos os outros candidatos -, a sabatina foi encerrada com as considerações finais de João Pimenta?

“Bem, eu queria agradecer aos senhores pelo nosso debate aqui. Foi, acho, muito proveitoso. Mas eu queria falar para vocês e para todo mundo que for assistir, senhores, que essa eleição aqui não é sobre você escolher o melhor candidato. O trabalho do povo paulista e de todo o povo brasileiro nas eleições é eleger pessoas e defender pessoas que representam os seus interesses e que estão sujeitos à sua pressão e à sua decisão. Então, se o cidadão vai lá e fala ‘eu vou resolver’ é mentira. O nosso trabalho, e nós somos comunistas, é que as pessoas vão falar: ‘Então, vocês querem a ditadura do estado?’ Não, a gente quer que o estado seja proprietário da economia, mas ele seja governado pelo povo. Então, vocês têm que votar e apoiar candidatos que querem que você governe e não falsas alternativas de esquerda, como o caso do Boulos, que eu já citei aqui. O cidadão uma hora pensa uma coisa, outra hora pensa outra. Então, gente, essa é a mensagem do nosso partido. O Partido da Causa Operária agradece muito o espaço.”

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