Com um corte de 310 milhões de reais no orçamento para a Educação, as universidades brasileiras deverão ter ainda mais dificuldades no ano de 2024. O valor repassado será de 5.96 bilhões de reais, colocado a educação superior em quadro alarmante no cenário nacional. Vários reitores no ano passado já haviam alertado que o pequeno recurso repassado colocaria as universidades em situação de fechamento.
As entidades que vêm protestando contra o corte afirmam que é urgente a recomposição orçamentária das universidades e que seja adicionado um acréscimo de 2.5 bilhões de reais para as universidades federais, 1.656 bilhões para os institutos federais e 200 milhões para que sejam custeados serviços básicos, como água, luz, limpeza e vigilância, bem como para manter as pesquisas em andamento.
O fato é que grande parte das universidades também já estão planejando a adequação desse cenário de calamidade educacional. É o caso, por exemplo, da Universidade de Brasília (UnB), que, com a implantação do Programa de Gestão Desempenho – PGD, reduzirá em média a presença de mais 30 % dos servidores nos setores para que os mesmos trabalhem de forma remota. Nesse cenário, ao invés de contratar e repor os quadros já desfalcados do serviço público, a universidade pensa já em cortar os contratos terceirizados, reduzir os contratos de serviços prestados e iniciar o processo de contração de servidores temporários.
Esse cenário não trará nada de bom será para os trabalhadores em geral e apenas visa o cumprimento do pagamento dos juros da dívida pública. Dívida essa que já foi paga e muita cortina de fumaça é utilizada para impedir que uma auditoria da dívida pública seja feita. A Auditoria Cidadã da Dívida aponta que mais da metade do PIB brasileiro é utilizado para o pagamento dos juros da dívida pública e que isso impacta drasticamente naquilo que é mais fundamental à população como saúde, educação, desenvolvimento tecnológico e promoção de emprego.
Essa situação não está sozinha diante dos outros problemas em que passa o povo brasileiro. A ditadura bancária dos juros e dos vampiros banqueiros é finalmente o grande problema da população. De fato, é um grande negócio para os bancos e as grandes empresas. Cabe aos trabalhadores e à população em conjunto organizar e realizar gigantescas manifestações que modifiquem a correlação de forças e coloquem a direita contra a parede.