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Líbano

Uma vitória histórica da resistência

Após quase dois meses de tentativas frustradas de invadir o Líbano, "Israel" foi obrigado a entrar em um acordo vergonhoso com o Hesbolá

Nessa quarta-feira (27), entrou em vigor o histórico acordo de cessar-fogo entre “Israel” e o Líbano, cessando as agressões da ocupação sionista contra o país e o Hesbolá, iniciadas em 1º de outubro. De acordo com a imprensa imperialista, o acordo vinha sendo costurado com a intermediação dos Estados Unidos e da França. De acordo com a emissora libanesa Al Mayadeen, países como o Iraque tiveram um papel decisivo no acordo.

Até o momento, maiores detalhes não foram divulgados sobre o acordo. Espera-se com base nas discussões anteriores, que os ataques sejam interrompidos por dois meses e a retirada das forças de ocupação da fronteira sul do Líbano.

“O Iraque desempenhou um papel central e essencial na coordenação entre [vários] países, e suas [conversas] foram uma chave essencial para alcançar os resultados do cessar-fogo entre o Líbano e a entidade ocupante”, disse um porta-voz do governo iraquiano.

Logo após o acordo de cessar-fogo entrar em vigor, dezenas de carros foram vistos indo para o sul, enquanto cidadãos libaneses voltavam rapidamente para as casas das quais haviam sido deslocados à força pela ocupação israelense. O retorno marcou um momento comovente de alívio para muitos, pois as famílias, que haviam enfrentado semanas de dificuldades, começaram a jornada para recuperar suas vidas após a agressão israelense ao Líbano.

Os cidadãos também foram vistos indo em direção ao Vale do Becá, que sofreu centenas de ataques nos últimos meses, muitos dos quais visaram casas, massacrando famílias inteiras.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, anunciou na quarta-feira (27) que a República Islâmica do Irã saudou a cessação da agressão israelense contra o Líbano, reiterando seu firme apoio ao governo, ao povo e à resistência libaneses.

Baghaei enfatizou o compromisso do Irã com a paz na região e destacou seus esforços diplomáticos em andamento para interromper as hostilidades em Gaza e no Líbano nos últimos 14 meses, que assassinaram dezenas de milhares e causaram destruição generalizada de infraestrutura vital.

“O resultado do belicismo e dos crimes cometidos pelo regime sionista, totalmente apoiado pelos Estados Unidos e certos governos europeus, é o martírio de 60.000 pessoas inocentes, o ferimento de 120.000 indivíduos e o deslocamento de mais de 3,5 milhões de pessoas oprimidas na Palestina e no Líbano”, disse Baghaei.

O acordo de cessar-fogo é uma grande conquista do Eixo da Resistência. Afinal, “Israel” é governado por um criminoso de guerra, oficialmente condenado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Benjamin Netaniahu aceitou o cessar-fogo porque não tinha outra opção.

Embora o governo israelense não admitia, as tropas israelenses estão saindo humilhadas do Líbano. Até mesmo a imprensa sionista, incluindo grandes apoiadores dos crimes do sionismo, como o jornal Haaretz, vêm mostrando a grande quantidade de baixas militares.

“Israel” se mostrou completamente incapaz de enfrentar o Hesbolá. Já havia se mostrado incapaz de enfrentar o Hamas, um partido muito menor, erguido sobre a economia complementarmente arruinada da Faixa de Gaza. Com o Hesbolá, a situação se mostrou ainda mais desfavorável.

“Israel” mobilizou mais de 50 mil soldados em sua tentativa fracassada de invadir o Líbano. Bombardeou cidades inteiras, realizou crimes de guerra inéditos, como a explosão de bipes, e recebeu todo tipo de apoio militar dos Estados Unidos. Mesmo assim, sofreu derrota atrás de derrota. Recentemente, durante seis dias de intensos combates, os combatentes do Hesbolá frustraram as tentativas sionistas de capturar a cidade de Kiam. As forças de resistência têm infligido enormes baixas na 210ª Divisão, o que vem acontecendo também em outras frentes.

Desde quando começou a Operação Dilúvio de Al-Aqsa, o Hesbolá tem impedido os sionistas de avançarem. São utilizados enxames de drones, foguetes de artilharia e operações por terra.

O Hesbolá, ao contrário dos covardes sionistas, empregam suas forças para destruir equipamentos e soldados do inimigo. Comandos israelenses sofreram inúmeras baixas e bateram em retirada quando se dirigiam para al-Omra, ao sul de Kiam.

Em um único dia, o Hesbolá promoveu oito operações contra os sionistas e destruiu um tanque Merkava (que eram supostamente indestrutíveis) perto do centro de Kiam, produzindo vítimas, elevando para 51 o número desses tanques destruídos desde 17 de setembro. Cada tanque custa pelo menos US$4 milhões, o que golpeia o governo sionista com um prejuízo material de pelo menos US$204 milhões.

Em outro dia muito marcante, o último domingo (24), o Hesbolá lançou mais de 300 fogetes, mísseis e drones contra o território ocupado por “Israel”. A situação é tão crítica que se estima que quatro milhões de israelenses tenham deixado o norte da Palestina ocupada.

No dia em que o cessar-fogo entrou em vigor, o Hesbolá emitiu a sua 4.638ª declaração desde 8 de outubro de 2023, quando anunciou sua mobilização em apoio a Gaza e, posteriormente, sua defesa dos territórios libaneses em meio à agressão israelense em larga escala ao Líbano.

“Em solidariedade com o povo resistente da Palestina, em apoio à sua valente e firme Resistência, e em defesa de nosso resiliente povo libanês, a Resistência Islâmica completou seu caminho, cumprindo o comando de seu Secretário-Geral e mais nobre mártir, Sua Eminência, Saied Hassan Nasseralá, e o portador da tocha que o sucedeu, Sua Eminência o Secretário-Geral Sheikh Naim Qassem”, disse a Sala de Operações no início de seu comunicado.

Ele apontou que “a Resistência permaneceu firme em sua promessa e luta por mais de 13 meses, e foi capaz de alcançar a vitória contra o inimigo delirante, tornando-o incapaz de diminuir sua determinação ou quebrar sua determinação”.

A declaração continuou revelando as conquistas da Resistência e de seus combatentes desde o início da agressão, detalhando os alvos de suas operações e as perdas sofridas pelo inimigo:

  • O número total de operações, ao longo de 417 dias desde 8 de outubro de 2023, executadas pela Resistência Islâmica no Líbano atingiu 4.637 operações militares declaradas, com média de 11 por dia;
  • Entre essas operações estavam 1.666 militares multifacetadas desde o início da agressão ao Líbano e o início da Operação Povo Poderoso em 17 de setembro de 2024, e teve uma média de 23 operações por dia. Eles visaram as posições, quartéis e bases do exército inimigo israelense, bem como cidades e assentamentos israelenses, que se estendem da fronteira libanesa-palestina e se estendem além da cidade de Telavive. Eles também incluíram a resistência heroica às incursões terrestres do inimigo em território libanês;
  • Dentro da Operação Povo Poderoso, a Resistência Islâmica realizou 105 operações militares em sua série “Khaybar”, visando dezenas de bases militares e de segurança sensíveis e estratégicas, pela primeira vez desde o estabelecimento da entidade de ocupação israelense, usando foguetes balísticos avançados, mísseis de cruzeiro e drones de assalto de ponta, que atingiram territórios além de Telavive, a uma distância de 150 quilômetros de profundidade em terras ocupadas;
  • Mais de 130 soldados israelenses eliminados e mais de 1.250 feridos;
  • 59 destruíram tanques Merkava, 11 escavadeiras militares, dois Humvees e três veículos blindados;
  • Seis drones Hermes 450, dois drones Hermes 900 e um quadricóptero.

O Hesbolá ainda reforçou que, “durante toda a operação terrestre israelense em territórios libaneses, e desde 1º de outubro de 2024, as forças invasoras não conseguiram ocupar ou se estabelecer em nenhuma das cidades da linha de frente, que estavam sob fogo desde o início da Operação Dilúvio de Al-Aqsa, não conseguiram estabelecer uma zona militar e de segurança isolada e não conseguiram obstruir os lançamentos de foguetes e drones nos territórios ocupados”. A Resistência destacou que este é um produto direto da perseverança dos combatentes no campo de batalha, que continuaram atacando alvos inimigos nas profundezas dos territórios ocupados a partir das linhas de frente e aldeias fronteiriças, até o último dia de agressão.

A Resistência Libanesa concluiu dizendo que seus combatentes, que emergiram de diferentes especialidades militares, permanecerão na máxima prontidão para enfrentar a ganância e as violações do inimigo israelense.

“Seus olhos permanecerão bem abertos, monitorando os movimentos do inimigo e a retirada de suas forças para além da fronteira. Suas mãos descansarão nos gatilhos de suas armas, em defesa da soberania do Líbano e em prol da dignidade de seu povo.”

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