Em 7 de outubro de 2023, o Hamas, liderando demais organizações da resistência palestina, deflagrou a Operação Dilúvio de al-Aqsa, ação militar que expôs a fraqueza de “Israel” diante do mundo e que colocou em marcha novamente a Revolução Palestina, abalando a ditadura mundial do imperialismo. Desde então, a popularidade do Hamas, que já é o partido mais popular em toda a Palestina, só cresceu.
Surgido no final da década de 1980 durante a Primeira Intifada, levante revolucionário do povo palestino, foi a luta armada das Brigadas al-Qassam durante a Segunda Intifada (2000 – 2005) que consolidou o Hamas como principal representante político do povo palestino. Essa representação política viria a ser formalizada no ano de 2006, quando das eleições gerais na Palestina. Realizadas em 25 de janeiro daquele ano, o Hamas conquistou 74 cadeiras no Conselho Legislativo Palestino de um total de 132. Isto é, 56% do parlamento. O Fatá, que até então havia sido o principal partido da Palestina, conquistou apenas 45 cadeiras, resultado de sua política de capitulação perante “Israel”.
Já naquela época, o imperialismo não queria, de forma alguma, que o Hamas saísse vitorioso. E isto foi dito por ninguém menos que Hillary Clinton, uma das pessoas de confiança do imperialismo norte-americano.
Em entrevista dada a Eli Chomsky, editor do jornal sionista Jewish Press, meses após as eleições, Clinton é flagrada lamentando a decisão de apoiar a realização de eleições na Palestina. Já que já tinham feito isto, ela lamenta, então, que os Estados Unidos não manipularam as eleições para determinar outro resultado que não fosse a vitória do Hamas:
“Não creio que devêssemos ter pressionado por eleições nos territórios palestinos. Acho que foi um grande erro. E se íamos pressionar por uma eleição, deveríamos ter certeza de que faríamos algo para determinar quem venceria.”
Ouça o áudio abaixo, em inglês:
Em decorrência da vitória do Hamas, um novo governo da Autoridade Palestina foi formado, com Ismail Hanié, líder do partido, sendo eleito primeiro-ministro.
No decorrer de 2006 e no ano de 2007, o imperialismo e “Israel” iniciaram uma ofensiva para impedir a união do povo palestino, impulsionando o Fatá contra o Hamas. Eventualmente, impediu um governo da Autoridade Palestina liderado pelo Hamas, e mesmo um governo de unidade. O Hamas ficou governando Gaza, enquanto que a Autoridade Palestina ficou sob o controle do Fatá, governando a Cisjordânia.
Contudo, como pode ser visto atualmente, o imperialismo fracassou em conter o avanço do Hamas e da resistência palestina, que hoje travam a luta que resultará no fim do Estado de “Israel” e do sionismo.
Quanto à Hillary, continua sendo exemplar capacho do imperialismo. Em recente entrevista à emissora norte-americana NBC, ela condenou as manifestações e ocupações de universidades feitas pelos estudantes dos EUA em defesa da Palestina e contra “Israel”. Segundo Clinton, os estudantes “não sabem muito sobre a história do Médio Oriente ou, francamente, sobre a história de muitas áreas do mundo”.
Definitivamente sabem que “Israel” já assassinou mais de 40 mil palestinos, dos quais pelo menos 15 mil crianças, e que o Estado sionista mantém uma ditadura sobre o povo palestino há quase um século. Certamente sabem, também, que Clinton é uma genocida, que apoiou ferrenhamente todos os genocídios perpetrados pelo imperialismo norte-americano nas últimas décadas, em especial os que resultaram das Guerras Iugoslavas (1991 – 2001), da Invasão do Afeganistão (2001), Iraque (2003) e na Líbia (2011).