Com o triunfo da campanha em repúdio ao processo antidemocrático levado adiante pelo ex-prefeito João Doria, o PCO está em posição de mobilizar toda a sua militância e seus simpatizes com força total na campanha em defesa da resistência palestina. Não uma defesa abstrata da Palestina e dos palestinos, tal qual faz o restante da esquerda brasileira, mas sim dos elementos que lutam contra o monstruoso Estado de “Israel”. Atendendo ao chamado do Hamas e das demais forças da luta palestina, o Partido lançará todas as suas energias no dilúvio do Ramadã em defesa dos palestinos.
É preciso, no entanto, fazer um breve balanço do que tem sido a campanha ou, no caso dos demais partidos da esquerda, a ausência ou o caráter ultra-oportunista dela. No último sábado, na sua habitual Análise Política da Semana, o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta esclareceu:
“Temos que comparar o que está acontecendo no Brasil com o que está acontecendo nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Itália, na Alemanha e na França. A campanha brasileira é uma vergonha. Nenhum dos atos públicos realizados aqui teve mais do que duas mil pessoas, na melhor das hipóteses. Em São Paulo, os atos são convocados por um pessoal que se autodenomina ‘Frente Palestina’, que visivelmente não sabe o que está fazendo e que procura usar o movimento com objetivos que não tem nada a ver com a defesa da Palestina. Eles convocam um ato público com dois, três dias de antecedência e fazem alguma coisinha nas redes sociais. […]
Este pessoal não defende, de fato, a Palestina. É um bloco político da esquerda pequeno-burguesa identitária [UP, PSTU, PCdoB, PCB, PCB-RR] que impede que o movimento se desenvolva. […] O PT não participa em nada da luta pela Palestina. Uma ou outra pessoa do PT vai ao ato[…], mas o PT não convocado o ato, no Brasil todo.
[…] O motivo principal pelo qual não existe a campanha é a concepção política. Nos Estados Unidos, por exemplo, existe uma juventude que defende, primeiro, a liquidação do Estado de ‘Israel’ e, segundo, defende a resistência armada. É esse movimento de juventude que está fazendo um estrago no governo do Partido Democrata. Esse bloco da esquerda é contra a resistência armada. […] E é ao mesmo tempo, um eco da campanha contra um fantasmagórico antissemitismo, e ataca o Partido, que mais defende os palestinos, de antissemita.
[…] Essa esquerda ficou aprisionada: ou você defende a luta dos palestinos conta o genocídio, ou a sua política é a mesma política da ONU. É uma política de palavras vazias.”
Com o panorama esclarecido, o primeiro ponto-chave da campanha é fazer evoluir de conjunto a luta em defesa dos palestinos no Brasil sob dois pivôs: a denúncia dos crimes monstruosos do sionismo e defender a resistência armada palestina, na figura do Hamas, a principal força da resistência palestina. Esse segundo ponto agudizará necessariamente as contradições com o setor identitário da esquerda.
Como resultado da viagem de uma pequena delegação do PCO ao Catar para se reunir com o birô político do Hamas, o Partido tem em mãos uma grande quantidade de material para contar o “outro lado”. Enquanto a imprensa burguesa faz eco às mentiras grotescas do sionismo, o PCO disponibilizará diversos vídeos feitos durante a viagem.
Já está disponível a mensagem de Ismail Hanié, líder do Hamas, ao povo brasileiro. Outro, ainda em edição, consiste em uma entrevista com um membro da direção do Hamas, o Dr. Abu Marzouk, Ministro de Relações Internacionais do partido palestino. E o terceiro, sendo uma entrevista com outro membro do birô político do Hamas, o Dr. Basem Naim, que já foi Ministro da Saúde de Gaza.
Como parte da campanha, esses materiais e alguns outros (aí incluso um livro), todos com acesso gratuito, serão enviados para cerca de quatro mil entidades ou pessoas públicas, sindicatos, diretórios estaduais de partidos, senadores, deputados federais, deputados estaduais, membros do STF, do TSE, jornalistas, etc. O objetivo é combater a campanha de calúnias contra o Hamas e mostrar a essas pessoas o outro lado da história, o lado que ninguém conta. A divulgação deste material, além dos meio virtuais, será feita nas ruas com panfletos: a meta é tirar um milhão deles. Não será possível varrer para debaixo do tapete e ignorar debate público, as massas brasileiras terão a oportunidade de conhecer o lado dos palestinos.