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Palestina

Uma intervenção da ONU resolveria problema do governo Netaniahu?

Membro do Partido dos Trabalhadores clama por ação militar do organismo internacional

Em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), Alberto Cantalice, membro do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou o óbvio sobre o governo de “Israel”: que “o regime liderado por Netanyahu está escalando a guerra”. Em outras palavras, que a política levada adiante pelo primeiro-ministro da entidade sionista não visa encerrar o conflito com os palestinos, mas sim intensificar ainda mais o genocídio contra a população da Faixa de Gaza.

O que chama a atenção na mensagem publicada por Cantalice, no entanto, é a solução que ele apresenta para o problema. Segundo ele, “só uma intervenção militar da ONU irá pará-lo”.

Trata-se de uma formulação problemática em uma série de aspectos.

Em primeiro lugar, ao dizer que “só uma intervenção” seria capaz de impedir a escalada do conflito, Alberto Cantalice descarta que a própria sociedade israelense seja capaz de derrubar o regime sionista ou que a resistência palestina possa, pela força, impor uma vitória contra Netaniahu.

Não há porque crer que tal coisa não seja possível. Do ponto de vista da sociedade israelense, a crise é cada vez maior, a tal ponto que jornais israelenses já falam em uma iminente guerra civil no território ocupado. Isto é, uma guerra entre o governo de Benjamin Netaniahu e a própria população que governa.

Do ponto de vista da ação da resistência, as chances de um fim para o conflito são ainda maiores. A cada dia que passa, “Israel” sofre mais derrotas militares, que, por sua vez, fazem com que o moral dos combatentes palestinos se eleve ainda mais. Na medida em que o Hamas, a Jiade Islâmica, o Hesbolá e todos os que estão lutando vão impondo derrotas a “Israel”, a capacidade de Netaniahu de levar adiante a sua política vai se mostrando cada vez mais inviável.

Cantalice é incapaz de reconhecer essas duas possibilidades porque acaba caindo como um patinho no que diz a propaganda imperialista. Por um lado, acredita na propaganda da ditadura sionista, que procura ocultar todo o descontentamento com o atual governo. Por outro, reproduz as calúnias contra os combatentes palestinos, acusando-os de serem meros “terroristas” que estariam totalmente desvinculados dos sentimentos das massas.

De forma hipotética, consideremos, agora, apenas a ideia de uma intervenção militar da Organização das Nações Unidas (ONU), independentemente de ser a única opção para o fim do conflito ou não.

Seria preciso, em primeiro lugar, destacar que tal coisa nunca aconteceu. Por mais que a ONU seja uma organização do imperialismo – e, portanto, com uma grande capacidade militar -, ela nunca se propôs a invadir um país para derrubar um governo que estaria levando adiante um genocídio. Seria, assim, uma situação inédita – o que faz com que a tese de Cantalice seja, no mínimo, esquisita. Afinal, por que seria mais provável uma intervenção da ONU, que nunca aconteceu, que uma vitória das massas palestinas contra “Israel”, como fez recentemente o Talibã no Afeganistão e como fez, em 1975, o Vietnã contra franceses e norte-americanos?

Mas consideremos, ainda, que, para tudo, há uma primeira vez. Seria, de fato, a questão palestina que permitiria uma primeira intervenção da ONU?

Não faria sentido algum. Para que houvesse uma intervenção militar, seria necessário uma aprovação dos países que controlam a organização. Entre eles, o principal: os Estados Unidos. No entanto, se os Estados Unidos fossem ficar a favor de uma intervenção militar, seria porque estariam a favor da derrubada imediata do governo israelense. Se fosse assim, o imperialismo norte-americano poderia recorrer a uma solução muito mais simples: bastava cortar o apoio militar e financeiro à entidade sionista.

Por fim, há um último problema a ser considerado. Se os Estados Unidos concordassem com uma intervenção militar na Palestina ocupada, seria para que o próprio país interviesse na região. Ou, na melhor das hipóteses, para impedir que o fim do governo Netaniahu não fosse o resultado da ação de um grupo revolucionário como o Hamas.

Em todos os cenários possíveis, a intervenção militar da ONU não seria uma solução viável. Pelo contrário: a solução reside justamente no apoio incondicional à luta das forças de resistência contra “Israel”.

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