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Guerra na Ucrânia

Uma esquerda a serviço da OTAN direto de sua sede

O jornal The Militant consegue escrever um texto sobre a guerra da Ucrânia e nem mesmo citar a OTAN, é uma defesa enorme do imperialismo

A esquerda pró-imperialista existe em quase todo o planeta, mas nos países imperialistas, há alguns grupos que chegam a defender mais o imperialismo que setores da direita tradicional. É o caso do The Militant, principalmente em relação ao sionismo. O jornal também defende o imperialismo na questão ucraniana. Ele expressou sua posição no artigo Trabalhadores ucranianos resistem aos ataques de Moscou e defendem a independência de seu país. É mais um ataque contra o governo Putin, ou seja, fazem frente com o governo Biden.

Ele começa: “quando os tanques de Moscou invadiram a Ucrânia há mais de dois anos, o presidente russo Vladimir Putin disse às suas tropas que seriam recebidas como libertadoras. Washington esperava que os invasores tomassem a capital e grande parte do país com pouca resistência”. A primeira parte de fato aconteceu. Os operários do Donbas fizeram uma festa após o anúncio da Operação Militar Especial. Mas esses trabalhadores que defendem a Rússia são ignorados pela esquerda pequeno-burguesa.

O artigo continua: “mas os governantes capitalistas na Rússia e nos EUA subestimaram a determinação do povo trabalhador na Ucrânia em lutar pela independência do país. Eles reforçaram o exército da Ucrânia e formaram brigadas voluntárias, repelindo as forças de Moscou dos arredores de Quieve e Carcóvia, as maiores cidades do país”. Aqui, o The Militant demonstra que está totalmente fora da realidade. Os russos não tentaram dominar essas duas cidades. Seu objetivo era tomar o Donbas e a região sul do país, onde a maioria é russa.

Além disso, onde ouve resistência não foi um mérito dos ucranianos, mas sim um apoio militar gigantesco da OTAN. A Rússia só não derrotou completamente a Ucrânia, pois ela luta, na verdade, com diversos países imperialistas unificados. O que a esquerda anti-Rússia deveria explicar é como a OTAN está ao mesmo lado que a classe operária da Ucrânia. Seria uma frente única entre Biden e um levante operário? É uma tese muito extravagante.

Para fugir disso, ele tenta traçar o interesse do imperialismo: “o objetivo predominante dos governantes dos EUA é tentar estabilizar a região para seus próprios interesses predatórios contra rivais e aliados. A preocupação deles com a soberania ucraniana se estende apenas até o ponto em que isso ajuda a atingir esse objetivo”. É ridículo falar que os EUA defendem a soberania da Ucrânia. Em 2014, o governo norte-americano orquestrou um golpe de Estado utilizando milícias nazistas. Desde então, passa totalmente por cima da soberania ucraniana.

Um fator que denuncia que o artigo é totalmente pró-imperialista é que em momento algum ele sequer cita a OTAN, um dos elementos centrais da guerra. Para eles, existe uma luta dos trabalhadores ucranianos contra a “ditadura de Putin”. Ou seja, eles têm exatamente a mesma posição que a OTAN, com uma retórica mais esquerdista. Isso é uma posição ainda mais reacionária pelo fato da organização estar nos EUA. Lá, a obrigação de lutar contra a OTAN é ainda maior. Qualquer organização marxista sabe que é preciso lutar contra o imperialismo de seu país antes de se atacar qualquer outra nação.

Eles então começam a imaginar que Putin tenha uma grande oposição: “o Kremlin afirma que adicionará mais 300.000 tropas para reforçar o meio milhão que agora ocupa partes da Ucrânia. Mas nenhum recrutamento em massa está planejado, já que Putin teme que isso desencadeie uma nova onda de protestos como os que ocorreram após a mobilização de 21 de setembro de 2022”. Esses protestos são uma ficção. Putin é um presidente muito popular, ele venceu as últimas eleições com uma participação de 77% e uma votação de quase 90%. Nenhuma organização imperialista ousou acusar Putin de ter fraudado o pleito. Ou seja, após a guerra da Ucrânia, a popularidade do presidente russo aumentou ainda mais.

A sua análise sobre a guerra demonstra como a organização destoa da realidade. “O Kremlin usa os embarques de armas dos EUA para a Ucrânia para alegar que Washington está provocando a Ucrânia a continuar esta guerra sem sentido’. Mas é a tentativa de Putin de tomar a Ucrânia e incorporá-la à Rússia que é a causa raiz da guerra”. Aqui, o jornal repete novamente a propaganda imperialista e afirma que, na verdade, Putin é um expansionista.

Neste momento, já deveria estar óbvio para todos que é a OTAN a culpada pela guerra. Foi a OTAN que deu o golpe em 2014, esse golpe deu origem à guerra contra a população russa da Ucrânia. A partir desse momento, surgiram as milícias nazistas e também começou a se criar laboratórios de armas biológicas no país. A OTAN transformou a Ucrânia em uma maquina de guerra contra os russos. A última vez que isso aconteceu, a URSS quase foi esmagada pelo nazismo. Retirar a culpa da OTAN e jogar em Putin é uma política totalmente imperialista.

Tanto é que eles ignoram o auxílio gigantesco que o governo dos EUA cede à Ucrânia para manter essa guerra. Ele tem um sentido muito claro, é um embate militar entre o imperialismo e a Rússia que se dá fora das fronteiras de ambos, pois a guerra direta seria uma guerra nuclear. Mas é obvio que é a Rússia o lado oprimido na guerra. A Ucrânia também é oprimida, mas não pelos russos, e sim pelo imperialismo que deu o golpe em 2014 e começou toda a disputa inútil do ponto de vista ucraniano contra os russos.

O The Militant se mostra como um dos jornais mais pró-imperialistas da esquerda mundial. É pior do que qualquer organização brasileira nesse sentido, e isso não por mérito do Brasil, mas sim pelo enorme demérito que tem esse jornal, outrora um dos grandes jornais do movimento operário dos EUA.

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