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Valéria Guerra

Jornalista (UMESP), historiadora, atriz com DRT-RJ, escritora, colunista do 247, PCO, e do meu site (https://guerraluz.prosaeverso.net/); mestre em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e na Educação; professora do Estado do RJ na cadeira de biologia, poetisa e ativista contra a desigualdade no Brasil e no mundo.

Coluna

Um mundo paralelo de bilhões

Por isso, infelizmente, o bem-estar social está - imolado - no tronco de um mundo paralelo

“Os partidos políticos terão R$ 4,96 bilhões para usar em campanhas políticas durante as eleições municipais de 2024. O valor definido foi o mesmo das eleições gerais de 2022. O primeiro turno em 2024 será realizado em 6 de outubro”.

A precarização do trabalho é um fenômeno que tem adquirido relevância crescente no Brasil, refletindo as profundas transformações no mercado de trabalho e na economia global. Este conceito engloba uma série de mudanças nas condições laborais que resultam em insegurança, instabilidade e redução dos direitos dos trabalhadores. A precarização está intrinsecamente ligada ao aumento do trabalho informal, que tem se expandido significativamente nas últimas décadas.

A combinação de instabilidade econômica, reformas trabalhistas e mudanças na dinâmica global contribui para um panorama no qual muitos trabalhadores enfrentam condições de trabalho cada vez mais vulneráveis.

Você, que está aí, e ainda não conhece a verdadeira História do Brasil, precisa urgentemente ler artigos, livros, compêndios que traduzam de forma mais legítima, o que realmente ocorre nos bastidores da nossa existência brasileira.

A vida do brasileiro é de mero expectador e espectador, em sua bolha imensa de milhões de seres que caminham sem “lenço e sem documento” nas avenidas da deseducação, em um mundo paralelo ao mundo daqueles que utilizam a quantia expressa no primeiro parágrafo do artigo. A perplexidade me acomete, me fere, me arrepia. Existem pessoas que desconhecem temas, como; branqueamento, ocupação dos espaços geográficos no sul do Brasil com objetivo de facilitar tal política, no século XVIII e século XIX, ditaduras , sublevações nacionais, existência de quilombos de resistência, e tantas outros episódios memoriais, legados pela História.

Isso demonstra claramente que nosso país está sob a égide de uma desigualdade feroz. Onde pessoas carregam bandeirolas, faixas e entregam os “santinhos” mais caros do universo: 4,96 bilhões que são gastos só em campanha política. E a posteriori vemos a perpetuação de um poder, que em sua democracia representativa:não possui nem uma pitadinha de consensual; e tampouco abarca a prerrogativa do mandato imperativo, ou seja, substituição do eleito, caso sua gestão não agrade o seu eleitorado.

Sob um monopólio de liberações políticas, nós, os eleitores, ficamos à deriva, pensando que decidimos o melhor caminho. Sim, nossa democracia é imperfeita, mas exequível, já dizia o teórico Rousseau. Para Sieyès, a representação é indispensável na sociedade moderna.

Os teóricos pensam de forma contraditória, e a maioria da população, reitero, nem sabe sobre esta discussão. E agora? Como faremos, na qualidade de jornalistas, historiadores e formadores de opinião para levar esclarecimentos a tal parcela da sociedade tão desmerecida?!

A democracia direta, é um sonho de consumo, quase utópico. Por isso, infelizmente, o bem-estar social está – imolado – no tronco de um mundo paralelo, bem aquém dos interesses de uma casta poderosa, que disputa à cadeiradas: tronos, cetros e coroas de poder político; dentro de um outro mundo paralelo, localizado no mesmo Brasil, no Brasil dos bilhões.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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