A recente proibição do uso de celulares nas escolas paulistas, sancionada por Tarcísio de Freitas, enganou alguns incautos na esquerda, mas não passa de uma cortina de fumaça. Sob o pretexto de proteger a juventude, o governador utiliza a educação como ferramenta de repressão.
Não é apenas hipocrisia, mas um reflexo direto do alinhamento com políticas repressivas globais. Tarcísio, que governa um estado onde a polícia ostenta um histórico de assassinatos de jovens, quer convencer a população de que se preocupa com o aprendizado. Difícil acreditar em um governador apoia execuções de meninos, tanto em São Paulo – onde sua polícia mata crianças de quatro anos de idade – quanto na Palestina, onde a matança de crianças em escala industrial choca o mundo, mas não o governador.
A ofensiva global contra as redes sociais revela a verdadeira intenção dessas medidas: isolar a juventude do acesso à informação e da mobilização política. Na Austrália, o governo proibiu o acesso a redes sociais como o TikTok para menores de 16 anos, em mais uma demonstração de censura organizada. O mesmo padrão se repete em São Paulo, onde a propaganda imperialista difundiu a ideia de que celulares prejudicam o aprendizado, enquanto limita os jovens de acessarem informações que poderiam abrir seus olhos para a realidade de um regime opressor.
A repressão à juventude em São Paulo não é isolada. Ela obedece a uma coordenação maior, pelos maiores inimigos da liberdade no planeta: o imperialismo, a força social que articula essas políticas repressivas e mira na juventude. Redes sociais como o TikTok, utilizadas, por exemplo para denunciar os crimes de “Israel”, tornaram-se alvos preferenciais dessa campanha de censura e enquanto Tarcísio posa como defensor do aprendizado, as escolas públicas estaduais padecem de infraestrutura precária e professores mal remunerados. Isso é preocupação com o ensino ou preparação para mais repressão?
Ao proibir celulares, o governador tenta controlar não só o que os jovens aprendem, mas também como eles pensam. Livros já foram queimados, jornais censurados, ideias reprimidas. Agora, o celular e a internet tornaram-se os novos alvos.
A história mostra que os que temem a informação são os mesmos que perpetuam injustiças. E Tarcísio não é exceção. Sua política repressiva em São Paulo caminha lado a lado com a barbárie do regime sionista contra os palestinos, uma parceria que não é mera coincidência.
Essas medidas são um ensaio para algo maior: a preparação para uma guerra iminente. O imperialismo sabe que, diante da exploração cada vez mais insustentável, o único caminho será a repressão em larga escala. Para isso, é essencial cortar pela raiz qualquer forma de organização e resistência, especialmente entre os jovens.
A esquerda deve rejeitar categoricamente essas medidas, não apenas por sua injustiça, mas porque elas são parte de uma ofensiva dos piores inimigos da humanidade contra o proletariado mundial. Contra essa campanha de censura, é preciso lutar pela liberdade de informação e organização, denunciando o papel do imperialismo nessa ofensiva da repressão em escala global. O futuro da juventude depende da luta por essas liberdades e contra o cinismo de governos que, enquanto matam crianças, dizem estar preocupados com o aprendizado.