Em 30 de setembro do ano 2000, “Israel” assassinou Muhammad al-Durrah, um menino de apenas 12 anos de idade, logo no começo da Segunda Intifada, que durou até o ano de 2005. Na ocasião, logo no segundo dia da Intifada, Muhammad ficou no fogo cruzado entre os palestinos que protestavam contra a ocupação em Gaza e o exército israelense. Talal Abu Rahma, um cinegrafista palestino que cobria os acontecimentos, gravou a cena por cerca de 90 segundos, em que é possível ver o menino junto de seu pai tentando se esconder atrás de um bloco de concreto, enquanto os soldados israelenses abrem fogo, até que uma das balas atinge o garoto, que morre no local. As cenas gravadas por Talal foram enviadas para o canal francês France 2 e acabaram se espalhando por todo o planeta.
Inicialmente, as forças de ocupação israelenses admitiram ter atirado no menino. No entanto, com o fim da Intifada em 2005, as forças sionistas voltaram atrás e declararam que Muhammad havia sido morto por um tiro vindo do lado palestino. Já em 2012, o primeiro-ministro Benjamin Netaniahu anunciou uma nova investigação, terminada em 2013, na qual se alegava ainda estava vivo e que tudo se tratava de uma mentira contada pelos palestinos! Netanyahu também argumentou algo que é utilizado até hoje de forma leviana contra os palestinos: que os palestinos haviam usado Muhammad como escudo humano.
A história, no entanto, ganhou o mundo e a martirização de Muhammad se transformou em um símbolo da resistência em todo o Oriente Médio e em todo o mundo, mostrando a crueldade do regime sionista.
A imprensa burguesa internacional, porém, tenta desde então defender a inocência das forças de ocupação israelenses, argumentando ora que o tiro teria fatal teria saído do lado palestino, ora argumentando que é impossível de se determinar de que lado o tiro saiu. Essa segunda posição foi sustentada, inclusive, por Arlette Chabot, editora de notícias da própria France 2, canal que primeiro mostrou as imagens do assassinato.
Hoje, com as imagens do genocídio em Gaza ganhando todo o mundo e com a experiência por parte da população mundial em relação às mentiras de “Israel”, como o caso da decapitação de 40 bebês no 7 de outubro, os estupros de mulheres israelenses e as alegações de “progrons” contra torcedores judeus do time israelense Maccabi Tel Aviv nos Países Baixos, fica evidente que “Israel” mente ao se ausentar da culpa de assassinato de Muhammad.
A história de Muhammad serve para demonstrar não só a brutalidade israelense e as mentiras da ocupação sionista, mas também demonstra o fato de que os massacres contra palestinos não começaram no ano passado, por culpa do Hamas, como a imprensa imperialista tenta fazer crer.