Na terça-feira (6) pela manhã, militares ucranianos lançaram um grande ataque na região de Kursk, Rússia, rompendo a fronteira em vários locais. O ataque foi focado na cidade de Sudzha, localizada a cerca de 9 km da fronteira. A cidade tem sido alvo de ataques contínuos e indiscriminados de artilharia e drones.
De acordo com estimativas militares russas, cerca de 1.000 soldados ucranianos estiveram envolvidos no ataque. Eles romperam a fronteira utilizando dezenas de peças de equipamento pesado, incluindo tanques de vários tipos, veículos blindados de transporte de pessoal Stryker de fabricação americana e outros carros e equipamentos blindados.
Moscou condenou o ataque, que Putin descreveu como uma “provocação em larga escala”, com os militares ucranianos conduzindo “ataques indiscriminados” contra civis, prédios residenciais e ambulâncias. O chefe do Estado-Maior Russo, Valery Gerasimov, na quarta-feira (7), afirmou que a incursão ucraniana foi interrompida.
Segundo Gerasimov, as forças de Kiev sofreram 315 baixas durante a tentativa de incursão, com pelo menos 100 soldados mortos e 215 feridos. A Ucrânia também perdeu 54 veículos blindados, incluindo sete tanques. Mais de 2.000 pessoas fugiram das áreas de fronteira, algumas com a ajuda de socorristas, desde que os combates começaram na manhã de terça-feira, informou o governador regional Aleksey Smirnov.
Smirnov também disse que os soldados ucranianos estavam atirando até em médicos. Estavam “atirando contra civis e ambulâncias”. “Há casos em que médicos morreram”, acrescentou. “Os nazistas ucranianos atingiram uma ambulância com um drone perto de Sudzha”, escreveu o governador em exercício no Telegram. “Um motorista e um paramédico morreram e um médico sofreu ferimentos”- afirmou Smirnov. Pelo menos quatro civis foram mortos no ataque e 28 ficaram feridos no ataque ucraniano em Sudzha, disse Smirnov.
O vice-presidente do Conselho de Segurança Russo, Dmitry Medvedev, em ua publicação na quinta-feira (8), sugeriu que a Rússia deveria responder a esse ataque ucraniano tomando o controle das terras que Moscou atualmente reconhece como Ucrânia. “A partir deste momento, a operação militar especial deve se tornar abertamente extraterritorial por natureza” – disse Medvedev. “Podemos e devemos ir mais além no que ainda existe como Ucrânia. Para Odessa, Kharkov, Dnepropetrovsk, Nikolaev. Para Kiev e mais além. Não deve haver restrições em termos de fronteiras reconhecidas”, acrescentou.
Por outro lado, a União Europeia (UE) apoiou o ataque da Ucrânia. O porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, disse que a Ucrânia tem o direito de se defender, “inclusive atacando o agressor em seu território”. “A UE continua a apoiar totalmente o direito legítimo da Ucrânia de se defender” e reconquistar seus territórios perdidos.
Nesta quinta-feira, o Ministério de Defesa russo publicou um vídeo apresentando uma compilação de filmagens de drones de vigilância e drones kamikaze FPV destruindo os equipamentos militares de Kiev durante a tentativa de incursão em Kursk incluindo veículos de combate de infantaria Bradley de fabricação americana.