O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou, nesta quarta-feira (13), o rompimento total das relações diplomáticas e comerciais com “Israel”, reafirmando o apoio incondicional à Palestina. A declaração foi feita durante uma entrevista a jornalistas a bordo do avião presidencial, após visitas à Arábia Saudita e ao Azerbaijão.
Erdogan afirmou que a República da Turquia, sob sua liderança, “não manterá nem desenvolverá relações com Israel”. Ele enfatizou: “cortamos todo o comércio e relações com Israel – ponto final. Estamos firmes com a Palestina em sua causa legítima até o fim”. O presidente turco condenou as operações israelenses em Gaza, classificando-as como “genocídio” contra os palestinos, e criticou a continuidade dos ataques, apesar dos repetidos apelos turcos por um cessar-fogo.
Desde o início dos conflitos em outubro de 2023, a Turquia adotou sanções contra “Israel”, incluindo a suspensão das relações comerciais em maio de 2024 e o bloqueio da exportação de diversas categorias de bens. A medida mais drástica foi oficializada agora com o corte total das relações. Erdogan expressou preocupação com o aumento da violência enquanto o fornecimento de armas a “Israel” continua e destacou o papel da Turquia na ONU em busca de um embargo de armas contra o governo israelense.
Além disso, o presidente turco lançou duras críticas ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a quem já havia chamado de “açougueiro” e “Führer moderno”, devido ao alto número de mortes palestinas atribuídas às ações israelenses.
Desde a Operação Dilúvio de Al-Aqsa em 7 de outubro de 2023, as relações entre Turquia e “Israel” deterioraram-se significativamente. O presidente Erdogan tem criticado “Israel” e tem declarado apoio ao Hamas e à resistência armada palestina. Abaixo, destacam-se algumas ocasiões em que Erdogan criticou duramente o governo de Benjamin Netaniahu ou defendeu abertamente o Hamas:
- 11 de outubro de 2023: Erdogan classificou o bloqueio e os bombardeios israelenses em Gaza como um “massacre” e ofereceu mediação no conflito.
- 25 de outubro de 2023: Erdogan afirmou que o Hamas não é uma organização terrorista, mas sim um grupo de libertação lutando para proteger suas terras e seu povo.
- 28 de outubro de 2023: Após comentários de Erdogan acusando “Israel” de crimes de guerra, “Israel” retirou seus diplomatas da Turquia para reavaliar as relações bilaterais.
- 15 de novembro de 2023: Erdogan acusou “Israel” de ser um “Estado terrorista” e de cometer genocídio contra os palestinos, prometendo tomar medidas para que os responsáveis sejam reconhecidos como terroristas.
- Fevereiro de 2024: O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, afirmou que “Israel” busca mais terras e não segurança, condenando as ações israelenses e criticando a comunidade internacional.
- Março de 2024: Em uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente palestino Mahmoud Abbas, Erdogan acusou “Israel” de cometer genocídio e uma das maiores barbaridades do século, com o apoio do Ocidente.
- 22 de março de 2024: O ministro das Relações Exteriores de “Israel”, Israel Katz, convocou o enviado turco após Erdogan prometer “enviar Netanyahu para Allah” durante um comício eleitoral.
- 2 de agosto de 2024: A Turquia observou um dia de luto nacional após o assassinato de Ismail Hanié, líder do Hamas, com bandeiras turcas hasteadas a meio mastro.
- Outubro de 2024: Erdogan cancelou uma visita planejada a “Israel,” afirmando que o Hamas não é uma organização terrorista, mas um grupo de libertação.