No dia 22 de maio, o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Genebra (GIPRI, na sigla em inglês) enviou um pedido ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para que Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, seja investigada por cumplicidade com crimes de guerra perpetrados por “Israel” em Gaza. O pedido é assinado por dois associados da Fundação Transnacional para a Paz e Pesquisa Futura (TFF, na sigla em inglês), o professor Richard Falk e o diretor da TFF Jan Oberg.
Encaminhado para o Gabinete do Procurador do TPI, o documento afirma que existem motivos razoáveis para que se afirme que “o apoio incondicional da presidente da Comissão Europeia a Israel — militar, econômico, diplomático e político — permitiu crimes de guerra”, bem como permitiu o atual genocídio em Gaza.
Além disso, o GIPRI afirma, no ofício, que Von der Leyen “pessoalmente é criminalmente responsável e passível de punição por alguns dos crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio” que estão sendo cometidos pelo exército sionista. O documento ainda ressalta que ela “auxiliou, instigou e de outra forma auxiliou na prática ou tentativa de prática de tais crimes”.
É interessante notar que Von der Leyen, apesar de seu cargo, não possui imunidade no que diz respeito às acusações feitas pelo GIPRI. O pedido encaminhado ao TPI argumenta que sua atuação enquanto presidente da Comissão Europeia viola artigos da lei internacional porque ela foi cúmplice dos seguintes atos:
- Apoio militar a “Israel”: Von der Leyen é fundamental para garantir o fornecimento de meios à FIO [forças israelenses de ocupação], sendo “Israel” o terceiro principal destinatário de armas da Alemanha, um estado-membro da UE, entre 2019 e 2023;
- Apoio econômico e financeiro a “Israel”: ela recusou-se a tomar quaisquer medidas no sentido de suspender o Acordo de Associação UE-“Israel” e de promover novos instrumentos de cooperação UE-“Israel” no meio da contínua agressão israelense contra Gaza;
- Apoio diplomático ao governo israelense;
- Apoio político a “Israel” através de várias declarações.
O instituto afirmou que Von der Leyen estava ciente de sua cumplicidade na prática dos crimes mencionados, já que tais violações do Direito Internacional Humanitário (DIH) têm sido amplamente discutidas desde outubro de 2023 com relatórios, documentos e até funcionários da ONU.
Por fim, o GIPRI concluiu sua argumentação afirmando que ela tinha conhecimento de tais crimes ou pelo menos da sua probabilidade de ocorrer, conforme determinado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) no seu despacho sobre medidas provisórias de 26 de janeiro de 2024 contra a ocupação sionista.
Não é necessária nenhuma investigação para determinar que Ursula von der Leyen, bem como todos os chefes de Estado dos países imperialistas, são cúmplices do genocídio perpetrado por “Israel” na Faixa de Gaza. Finalmente, “Israel” só existe por conta das grandes potências, em especial, dos Estados Unidos, principal financiador do sionismo.
O pedido protocolado por GIPRI, portanto, vai no mesmo sentido do que foi feito contra “Israel” na CIJ. Todos sabem que “Israel” é responsável por uma das maiores matanças da história e por inúmeros crimes de guerra. Mesmo assim, tratou-se de uma medida importante para pressionar a ocupação sionista e para demonstrar apoio à luta do povo palestino.