Nos últimos dias, o mundo testemunha o levante do povo palestino contra o Estado de Israel. Um levante que desafia as probabilidades, enfrentando um dos exércitos mais poderosos do mundo. Israel, apoiado fortemente pelo imperialismo, mantém um controle rígido sobre os palestinos por meio de décadas de repressão. No entanto, esse recente despertar do povo palestino nos lembra de uma lição importante: a resistência nunca pode ser subestimada e nem o mais forte aparato repressivo pode durar para sempre.
O Estado de Israel possui um vasto e poderoso aparato, empregando várias formas de opressão ao longo dos anos. Transformou a Palestina em um gueto e por décadas realiza um laboratório de métodos de controle. Porém, a história nos mostra que nenhum regime de repressão é imutável. Mesmo a mais forte e inteligente, como tem sido o exército de Israel.
Temos também o exemplo recente do Talibã no Afeganistão, um lembrete vívido disso. O Talibã, um grupo formado por homens de sandálias de couro, conseguiu desafiar e expulsar o poderoso exército dos Estados Unidos. O exército americano, com seu vasto aparato e recursos, não pôde resistir à determinação de uma população cansada de ser dominada e explorada.
Os oprimidos encontraram meios de se levantar contra seus opressores. Os escravos contra os senhores, os colonizados contra os colonizadores, e agora, os palestinos contra Israel.
É claro que os palestinos estão sendo apoiados pelo Hamas, e há um apoio geral ao armamento nesse levante contra o Estado de Israel. No entanto, a questão é simples. Quando vimos que o Talibã conseguiu se levantar contra o exército dos Estados Unidos no Afeganistão, também um exército fortemente armado, os outros oprimidos do mundo viram que há meios de se levantar contra os exércitos imperialistas.
No Brasil, uma nação que há anos enfrenta a repressão policial, especialmente por parte da Polícia Militar, a esperança também não é ilusória. Os trabalhadores brasileiros, que vivem diariamente a violência policial sistêmica, podem se inspirar na luta dos oprimidos em todo o mundo. Assim como os palestinos, eles têm o direito de sonhar que um dia os abusos causados pelas polícias, que um dia essas instituições que os têm oprimido por tanto tempo também serão colocadas a baixo.
Por fim, o levante contra o genocida Estado de Israel nos infla a esperança de que os mais cruéis e sanguinários dos opressores podem ser colocados para correr. Viva a luta do Povo Palestino.
*Publicado originalmente em 9 de outubro de 2023
Izadora Dias
Izadora Dias é militante do Partido da Causa Operária em São Paulo, coordenadora do coletivo de mulheres Rosa Luxemburgo e integrante da secretaria de organização do PCO. É militante anti-imperialista e anti-identitária. É estudante da USP e, além de colunista do Diário Causa Operária, participa do programa matinal da Causa Operária TV, o Reunião de Pauta, às sextas-feiras.
Viva a Palestina!
Todo aparato repressivo pode ser colocado abaixo!
O levante contra o genocida Estado de Israel nos infla a esperança de que os mais cruéis e sanguinários dos opressores podem ser colocados para correr
- Imagem de outubro de 200 registra criança palestina enfrentando exército israelense
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- Foto: Reprodução
*As opiniões dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião deste Diário Causa Operária