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Bancários

Terceirizações no Santander: política geral dos banqueiros

No Banco Santander, o aumento do número de correspondentes bancários entre 2018 e 2023 foi na ordem de 60%

Os dados apresentados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) sobre as terceirizações no Banco Santander não deixam dúvidas de que os banqueiros estão na ofensiva para liquidar com a categoria bancária.

Um primeiro dado que chama a atenção são os números que expressam a evolução gigantesca de Correspondentes Bancários em todo o sistema financeiro, de 2018 a 2023, passando dos já expressivos 138.727 para 204.014.

Lembrando que Correspondentes Bancários são aquelas empresas ou pessoas físicas que prestam serviços bancários em nome de uma ou mais instituições financeiras, autorizadas pelo Banco Central, como, por exemplo, lotéricas, lojas de conveniência, redes de supermercados, etc. (não é por acaso que o Banco Central sempre tem na presidência um indivíduo de total confiança dos banqueiros, que aprovaram a sua “independência” do governo federal e estão tentando, também pela via do reacionário Congresso Nacional, garantir sua autonomia financeira e orçamentária com a transformação em uma empresa pública).

No caso do Santander, o aumento dos Correspondentes Bancários foi, no mesmo período de 2018 a 2023, de 59,93%. Das suas Controladas ou Coligadas (Aymoré CFI, Banco Olé Bonsucesso Consignado, Banco Hyundai, Banco PSA Finance, Banco RCI, Banco Santander e Santander Leasing), o número passou de 11.254 em 2018 para 17.998 em 2023.

O aumento dos Correspondentes Bancários, ou seja, a terceirização dos seus serviços, diminui o número de bancários e, com isso, aumenta os lucros com a contratação de trabalhadores terceirizados ou de empresas terceirizadas que realizam os mesmos serviços, reduzindo as despesas com a folha de pagamento dos bancos. É mais um golpe dos banqueiros que se dá da seguinte maneira: transferem os bancários para empresas do próprio conglomerado, com CNPJs diferentes, cujo objetivo é transformar os bancários em terceirizados. Para isso, fazem a migração para outras empresas, tais como STI, SX, Santander Corretora, F1RST, Prospera e SX Tools.

Os dados coletados pelo Dieese em relação às condições de trabalho entre o Banco Santander e uma de suas empresas terceirizadas, a F1RST, mostram os ataques dos banqueiros aos trabalhadores terceirizados, retirando direitos aos quais a categoria bancária faz jus e que não são concedidos aos terceirizados, como a jornada de 6 horas para os bancários e 8 horas para os terceirizados; sem direito ao adicional noturno; maior desconto no vale-transporte; vale-alimentação/refeição muito abaixo do valor percebido pelos bancários, etc.

Essa prática de terceirização não é exclusiva do Banco Santander; outros bancos, como o Banco Carrefour (braço financeiro da rede Carrefour de supermercados), Itaú/Unibanco e até bancos públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, também realizaram as famigeradas terceirizações.

Essa prática, além de destruir os direitos e conquistas dos trabalhadores do ramo financeiro, está sendo utilizada pelos banqueiros sanguessugas para liquidar com o emprego dos trabalhadores bancários, uma categoria que há pouco tempo contava com mais de 750 mil trabalhadores e hoje foi reduzida para apenas 439 mil, diminuindo a cada ano com a eliminação de milhares de postos de trabalho.

Os trabalhadores e suas organizações não devem aceitar essa política que aprofunda os ataques dos banqueiros.

Somente uma luta unitária dos trabalhadores bancários pode barrar a ofensiva reacionária dos banqueiros. Os sindicatos de luta da categoria bancária devem organizar imediatamente uma campanha emergencial contra as demissões e a política de terceirização.

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