O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que, em novembro, lançará um leilão para privatizar 33 escolas estaduais, em mais um ataque ao povo paulista. A Secretaria da Educação de São Paulo afirmou que o objetivo é “liberar a direção da escola de tarefas burocráticas, permitindo maior dedicação às questões pedagógicas” — o que, claramente, é um engana trouxa.
Tarcísio é aquilo que podemos chamar de “bolsotucano” — quer dizer, um fascista bolsonarista, defensor da repressão generalizada; e um neoliberal do PSDB, que quer entregar todo o estado de São Paulo para os capitalistas privados. Para esfolar o povo paulista, Tarcísio tem um plano de “desestatização” (nova palavra, bonita, para privatização), no qual está incluída a privatização das escolas. Também é desse plano a privatização da Sabesp, isto é, do serviço de água e esgoto.
No caso das privatizações das escolas, o Consórcio Novas Escolas Oeste SP venceu, nesta terça-feira (29), o leilão de privatização do 1° lote de construção e manutenção de 17 escolas públicas estaduais em São Paulo, por R$3,38 bilhões. O consórcio tem a empresa Engeform Engenharia LTDA como líder. A construtora é sócia da Consolare, empresa que administra sete cemitérios na capital: Consolação, Quarta Parada, Santana, Tremembé, Vila Formosa I e II e Vila Mariana.
Por mês, a empresa receberá do governo estadual R$11.989.753,71. A concessão das unidades terá duração de 25 anos. O desastre já está anunciado: segundo informações da Agência Pública, em março desse ano, “cemitérios privatizados de SP cobram até dez vezes mais para reenterrar mortos da covid”. Ainda, a matéria destaca que mortos por Covid foram “colocados de volta em sacos sem protocolo”, o que acabou prejudicando o defunto.
Agora, essa empresa completamente parasitária receberá dinheiro do governo para cuidar da infraestrutura das escolas. Supostamente, serão construídas 462 salas de aula para 17.160 vagas para estudantes em cidades do interior de São Paulo. “Esse leilão é super importante pra nós porque nós temos um problema grave de infraestrutura na rede estadual. Mais de 80% das nossas escolas tem mais de 20 anos. A gente tá tratando agora da construção de escolas novas”, disse Tarcísio.
Mas, como se sabe, isso não passa de promessa. Como demostra o exemplo recente da Enel, que deixou a população sem energia por causa de chuvas, a privatização está aí não para melhorar nenhuma estrutura, mas para parasitar o estado e o povo brasileiro.
A empresa será também responsável por merenda, Internet, segurança, infraestrutura e limpeza das escolas. É fácil prever o que acontecerá: para aumentar sua margem de lucro, os capitalistas vão destruir todos esses serviços e o resultado será merendas pobres em alimentação, poucas e talvez até com comida vencida; Internet e infraestrutura terríveis; e escolas sujas. O investimento em “segurança”, por outro lado, pode aumentar, para aumentar a repressão nas escolas.
A venda aconteceu por volta das 10h55 no prédio da Bolsa de Valores, a B3, no Centro de São Paulo. Do lado de fora, ocorreram protestos contra a política neoliberal de Tarcísio, que mobilizou tropas da Polícia Militar para impedir que os manifestantes invadissem a Bolsa de Valores. A presidenta do principal sindicato de professores da rede estadual paulista (Apeoesp), Professora Bebel, entre outras lideranças sindicais, denunciaram a política do governador.
Trata-se de um grande ataque do governo Tarcísio, um inimigo declarado dos trabalhadores, da juventude e dos professores. O governador já mostrou inúmeras vezes que pretende entregar todo o patrimônio da população paulista aos capitalistas, deixando o povo em uma miséria cada vez maior. Agora, o mesmo “serviço” que se tem com a Enel, o povo paulista terá com a educação e a água.
É preciso ir às ruas contra a política do governador de entregar o patrimônio do povo aos vampiros capitalistas — que, ao contrário, do que diz Tarcísio e a imprensa capitalista, não promovem melhorias, apenas retrocessos. O “Fora, Tarcísio” está na ordem do dia: é preciso mobilizar os trabalhadores e os estudantes contra os ataques neoliberais do “bolsotucano”.