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Afeganistão

Talibã está com Putin na libertação dos oprimidos de todo o mundo

Apoio ao governo afegão pelos países do "Eixo do mal" indicam articulação internacional maior, dedicada a enfrentar o imperialismo

Em entrevista à agência de notícias russa RIA Novosti, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou que há muitos anos que o governo russo tem trabalhado em parceria com o Talibã. “Agora o trabalho de construção de relações [com o Talibã] está em andamento“, disse Zakharova, acrescentando, “mas temos mantido contatos e todos esses anos, quero dizer, esse tópico não é novo para nós com o movimento Talibã“. A entrevista foi concedida durante a realização do 27º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF, na sigla em inglês), ocorrido entre os dias 5 e 8 de junho de 2024.

A declaração vem na sequência de outra, proferida pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, que anunciou a mobilização da diplomacia russa para que o movimento nacionalista afegão fosse retirado da lista das organizações reconhecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) como “terrorista”, movimento que expressa o apoio russo aos revolucionários afegãos e, ao mesmo tempo, a importância dos segundos para o Eixo da Resistência, grupo de países e organizações que compõem a vanguarda do enfrentamento ao imperialismo no Oriente Próximo.

Embora parta de uma rede de organizações criadas pelo serviço secreto norte-americano para combater os russos durante a guerra entre a extinta União Soviética e o Afeganistão, ocorrida entre 1979 e 1989, a luta anti-imperialista levou o Talibã a se aproximar do antigo adversário, unidos por um inimigo em comum. Se entre os anos 1970 e 1980 os EUA armaram e treinaram os afegãos para combater soviéticos, 12 anos depois, invadiria o mesmo país, dando sequência a uma ocupação criminosa, encerrada após 20 anos, evento histórico da máxima importância por abrir uma nova era de crise no bloco dos países imperialistas.

No início de agosto de 2021, o Talibã empreendeu uma ofensiva decisiva contra as forças imperialistas, entrando na capital, Cabul, em 15 de agosto. Nas duas semanas seguintes, uma evacuação em massa ocorreu no aeroporto de Cabul, feita por cidadãos estrangeiros (principalmente oriundos das nações imperialistas) e afegãos colaboradores da ocupação norte-americana.

Na noite de 31 de agosto, os militares dos EUA deixaram o aeroporto de Cabul, encerrando, enfim, os quase 20 anos de ocupação do Afeganistão. Na ocasião, a Rússia foi o primeiro país do mundo a receber uma delegação afegã após a expulsão completa das tropas imperialistas. O fato foi usado pelo imperialismo para justificar uma campanha contra os russos, campanha que implicava que o trabalho conjunto da Rússia com o Talibã era muito mais antigo.

“Já em 2015, ele [Zamir Kabulov, enviado especial do governo russo ao Afeganistão] afirmou que os interesses da Rússia coincidiam com os do Talibã quando se tratava de lutar contra os jihadistas do grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI)”, informa matéria da rede britânica BBC. Segundo a mesma matéria, em agosto de 2017, “o então secretário de Estado americano, Rex Tillerson, acusou a Rússia de fornecer armas ao Talibã”, o que, na época, fora negado pelos russos. A Rússia, no entanto, não foi a única fonte de apoio ao movimento revolucionário afegão.

Ainda no calor da efervescência revolucionária que libertou o pobre país asiático do jugo dos EUA, a agência de notícias francesa AFP publicou uma matéria informando que, além da Rússia, “China e Irã pediram nesta quarta-feira (20) para trabalhar com o novo governo talibã no Afeganistão para garantir a ‘estabilidade’ da região, ameaçada pela atividade de grupos jihadistas e pelo risco de uma grave crise humanitária”. (“Rússia, China e Irã defendem colaboração com os talibãs”, Antoine Lambroschini, 20/10/2021). A matéria informa que “uma delegação do Talibã está em Moscou para as primeiras negociações internacionais desde que o grupo assumiu o poder em agosto deste ano”, acrescentando também que “uma dezena de países participa das discussões, incluindo China, Irã, Paquistão e países da Ásia Central, mas não os Estados Unidos”.

Reforçando o alinhamento internacional de apoio ao Talibã, AFP destaca também que “em uma declaração conjunta, os países participantes expressaram sua vontade de cooperar com o regime talibã em questões de segurança para ‘contribuir para a estabilidade regional’, dada a ameaça de ‘organizações terroristas’ que pesa sobre o novo regime em Cabul”, concluindo com trecho da nota produzida pelos países oprimidos supracitados, onde se diz: “qualquer compromisso futuro com o Afeganistão exige que se leve em consideração a nova realidade, a chegada ao poder dos talibãs.

As “denúncias” de apoio russo ao Talibã mostram que a articulação do movimento afegão com o “Eixo do mal” é antiga, antecedendo em pelo menos quatro anos a importante vitória obtida em agosto de 2021. Ainda, o fato dos vizinhos Irã, China e Paquistão expressarem prontamente seu apoio ao novo governo afegão demonstram que esse alinhamento do Talibã com as forças da resistência são muito maiores.

Severamente caluniado ainda hoje pela propaganda imperialista, os talibãs e suas conexões fornecem uma prova de que o “Eixo do mal” é uma realidade, uma articulação de povos oprimidos dedicadas a lutar de maneira decidida contra a ditadura dos países desenvolvidos e que a vitória no país encravado da Ásia Central foi o estopim para que esse movimento irrompesse. A poucas semanas de o mundo comemorar os três anos da heroica ação de libertação do Afeganistão, esse movimento amplo e internacional de luta contra o imperialismo precisa ser impulsionado, para que a ditadura de terror com a qual os monopólios oprimem o resto da humanidade seja definitivamente destruída.

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