Crise venezuelana

Submissão ao imperialismo é o que realmente desafia o País

General ex-porta-voz de Bolsonaro defende uma capitulação ao imperialismo, porém defesa da soberania venezuelana é a defesa da soberania de toda América do Sul, incluindo o Brasil

No artigo intitulado Crise venezuelana é um desafio geopolítico e publicado no jornal golpista O Globo, o general de divisão da reserva Otávio Santana do Rêgo Barros apresentou uma avaliação do conflito na Venezuela, onde o governo reeleito do presidente Nicolás Maduro enfrenta o assédio golpista organizado pelo imperialismo. Para o general Rêgo Barros, só os países de “perfil totalitário, que prontamente celebraram o novo mandato” de Maduro, diz, expressando o interesse da ditadura imperialista, que tenta colocar o País de joelhos. Diz o general:

“Diversos países e organizações multilaterais que respeitam o processo democrático já se manifestaram contra o procedimento venezuelano. Outros, como o Brasil, ainda tentam um diálogo supostamente construtivo com o líder bolivariano. E há ainda aqueles, de perfil totalitário, que prontamente celebraram o novo mandato.”

Ex-porta-voz do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o período de harmonia entre a ditadura mundial e o líder da extrema direita brasileira, o general Rêgo Barros se esforça para legitimar a intervenção imperialista na Venezuela sob o disfarce de preocupações com a legitimidade eleitoral. Sua defesa da submissão brasileira não é apenas ruim para os companheiros venezuelanos em sua luta por autodeterminação, mas também para o povo brasileiro.

Ao afirmar que o Brasil, como potência regional, tem o papel crucial de exigir que o presidente Maduro apresente documentação eleitoral, o general ignora que essa exigência não passa de uma chantagem do imperialismo, mais especificamente dos EUA. O termo “oposição e diversos observadores internacionais” usado pelo general é uma tentativa de esconder que esses “observadores” são, na verdade, os EUA, sempre prontos a interferir em governos que não se curvem aos seus interesses. 

A recusa do imperialismo em aceitar o resultado das eleições na Venezuela não é apenas uma afronta diplomática, mas uma verdadeira declaração de guerra contra o país vizinho. No entanto, para o militar, “totalitários” são os países que respeitam a soberania do país. 

O cinismo do general fica ainda mais aflorado quando ele tenta culpar o governo Maduro pela crise migratória na fronteira norte do Brasil, convenientemente esquecendo o bloqueio econômico criminoso imposto pelos EUA à Venezuela, que é a verdadeira causa da desorganização econômica no país vizinho. A crise econômica na Venezuela é fruto de um embargo brutal que visa asfixiar o povo venezuelano para forçar uma mudança de regime.

O próprio general, ao insinuar que a Amazônia e o Caribe poderiam se tornar palcos de confrontos militares, omite que a única ameaça real vem dos EUA e outros países imperialistas da Europa, que ainda mantêm colônias na região, como a Guiana Francesa, Guiana e Suriname. São essas potências, e não a Venezuela, que trazem instabilidade e perigo para a região.

Quando o general sugere que o Brasil deve evitar que “outras potências mais poderosas transformem o subcontinente sul-americano em campo de batalha”, ele deliberadamente ignora quem são essas potências. Não é a China ou a Rússia que têm bases militares na América do Sul.

São, isto sim, os EUA, o Reino Unido, a França e a Holanda os países que realmente ameaçam a paz e a cooperação entre os países da região. Portanto, se o Brasil realmente deseja promover a estabilidade, deve apoiar o governo Maduro e expulsar o imperialismo do subcontinente, ao invés de servir como uma marionete da ditadura mundial.

A posição do general Rêgo Barros revela claramente a quem ele serve. Sua defesa de uma intervenção imperialista na Venezuela, disfarçada de preocupações com a legitimidade eleitoral e com a estabilidade regional, é uma tentativa de justificar a submissão do Brasil aos interesses dos EUA. Essa postura é inaceitável para um país que, como potência regional, deveria liderar esforços para garantir a soberania e a autodeterminação dos povos sul-americanos.

A crise venezuelana, longe de ser um problema interno, é um reflexo da luta entre soberania nacional e dominação imperialista. O Brasil, ao tomar o lado do imperialismo, não apenas trai o povo venezuelano, mas também coloca em risco sua própria soberania e a estabilidade da região.

Diante desse cenário, a única política correta para o Brasil seria apoiar incondicionalmente o governo Maduro e se posicionar firmemente contra qualquer tentativa de intervenção imperialista na Venezuela. A defesa da soberania venezuelana é, em última análise, a defesa da soberania de toda a América do Sul.

O general Rêgo Barros, ao se alinhar com os interesses imperialistas, ataca não apenas o povo venezuelano, mas também o brasileiro. É crucial que o Brasil rompa com essa política de submissão e assuma um papel de liderança na defesa da soberania e da autodeterminação dos povos sul-americanos. Apoiar Maduro e resistir ao imperialismo não é apenas uma questão de solidariedade internacional, mas também de interesse nacional.

O verdadeiro caminho para a paz e a cooperação na América do Sul passa pelo apoio à Venezuela e pelo combate ao imperialismo. A defesa do governo Maduro pelo Brasil não é apenas uma questão de solidariedade, mas também uma necessidade estratégica para garantir a paz e a estabilidade no subcontinente.

É fundamental que o Brasil se posicione de forma firme e independente, defendendo a soberania venezuelana e rejeitando qualquer tentativa de ingerência externa. Isso, sim, é o papel de uma verdadeira potência regional. Não o de ser um cão de guarda dos interesses norte-americanos, o que certamente seria bom para o general, para O Globo e mais ainda para os EUA, mas de forma alguma para o povo brasileiro.

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