Previous slide
Next slide

Causa Operária TV

STF quer negociar as terras dos índios

Apresentado por Marcelo Batarce e Renato Farac, programa destaca os últimos desenvolvimentos da luta pela terra

Na última terça-feira, dia 30 de julho, foi ao ar uma nova edição programa “Programa de Índio”, transmitido pelo canal do YouTube Lives da COTV, com a participação dos apresentadores Marcelo Batarce e Renato Farac, que discutiram novamente sobre as investidas da burguesia de se apropriarem das terras indígenas em detrimento da dignidade dos índios

Os Batarce e Farac discutiram a mobilização nacional que os indígenas estão organizando para o dia 5 de agosto. Direto do MS, Batarce destacou que o STF está tentando negociar as terras indígenas sem consultar os próprios indígenas, mencionando a tentativa de conciliação liderada pelo ministro Gilmar Mendes, afirmando que “eles se acham donos das terras e querem negociá-las sem consultar os índios.” e demonstrando que estão querendo negociar as terras dos índios às pressas, antes que eles consigam conquistar seus direitos.

Farac comentou a tensão em Douradina, onde fazendeiros estão frente a frente com os indígenas. Ele destacou que a Polícia Militar e a Força Nacional estão presentes na área, mas a situação permanece tensa, com fazendeiros provocando os guarani-caiouá e a polícia agindo de forma repressiva contra os índios. O companheiro também mencionou um recente atropelamento na área indígena de Dourados, que gerou grande revolta na comunidade, levando a polícia a usar violência para dispersar os manifestantes. “A polícia, inclusive, teve que usar modo violento, as armas, atirar para dispersar a revolta dos povos ali, da comunidade que está ali, pelo atropelamento que aconteceu.”

Abordaram também a tentativa de negociação entre fazendeiros e indígenas, mediada pelo Ministério Público, onde os fazendeiros ofereceram uma fazenda de 150 hectares em troca de 12 mil hectares de terras reivindicadas pelos indígenas.

Ações e conquistas

Batarce apresentou fotos das convenções realizadas em diferentes municípios do Mato Grosso do Sul, onde o PCO está lançando candidatos guarani-caiouá para as eleições. Ele destacou a importância dessas candidaturas para a luta pela demarcação de terras. “Nós tivemos três convenções nesse final de semana, três reuniões para definir os candidatos. O PCO está lançando índios em três municípios.”

Farac acrescentou que a politização das eleições entre os indígenas está crescendo, com um repúdio crescente aos partidos de direita que historicamente têm esmagado os seus direitos. “Começa a politizar a eleição, começa a ter uma politização muito maior do que essa história, essa política identitária de votar no índio.”

Marcelo mostrou fotos das convenções em Douradina, Amambay e Dourados, onde índios foram lançados candidatos para prefeito, vice-prefeito e vereadores. Ele enfatizou a importância dessas candidaturas para fortalecer a luta contra o latifúndio e garantir a presença de representantes comprometidos com os direitos dos índios nas esferas de poder. “Nós lançamos o primeiro candidato índio para o governo do Mato Grosso do Sul e agora estamos sendo o primeiro a lançar um para a prefeitura de Amambay.”

Ameaças e violência

Eles também discutiram os episódios de violência contra os índios, incluindo ataques físicos e a destruição de propriedades. Batarde mencionou que já houve disparos de arma de fogo, resultando em feridos. “Uma pessoa já foi atingida por bala ali. Acho que antes da Força Nacional chegar, houve já disparos. Um índio foi atingido na perna.”

Farac criticou a falta de proteção efetiva por parte da Força Nacional, que tem apenas uma viatura na área, incapaz de garantir a segurança dos índios contra possíveis ataques dos fazendeiros. “Mandaram a Força Nacional, mas a Força Nacional é uma viatura que fica lá, entendeu? Não consegue segurar nem uma criança correndo.”

Batarce relata também que a PM está revistando todos os carros e pessoas que entram e saem das áreas de retomada, tirando fotos dos documentos e dificultando a entrada de mantimentos e apoio para os índios, “a polícia militar fechou a aldeia, a retomada, está revistando todos os carros e as pessoas que entram na retomada”, afirmando que essa vigilância excessiva e repressiva aumenta a tensão e o medo, em uma população que já enfrenta uma situação extremamente precária e perigosa. O apresentador acrescentou que a presença de pistoleiros contratados pelos fazendeiros intensifica ainda mais o clima de violência e insegurança nas áreas de conflito. “Os órgãos oficiais de Brasília, a FUNAI, o Ministério da Justiça, para esses órgãos, os índios ocupam uma área de 2 mil hectares, mas a realidade é que nem essa área eles ocupam, eles estão em 400 hectares.”

Desigualdade e falta de ação governamental

Farac trouxe uma perspectiva sobre a desigualdade sistêmica e a omissão das autoridades em proteger os índios . Ele ressaltou a dependência das instituições públicas do financiamento dos latifundiários, em detrimento das necessidades dos guarani-caiouá. Ele destacou a desvantagem dos índios em comparação com os latifundiários, que têm recursos para influenciar as políticas e garantir proteção estatal.

Segundo o apresentador, “os índios têm direito a 12 mil hectares, estão esperando há mais de 10 anos, 12 anos, [mas] a situação ficou insustentável.” Ele criticou a omissão do Ministério dos Povos Indígenas e outras autoridades governamentais, que permanecem inertes.

Batarce enfatizou que a luta dos índios não é apenas por terras, mas pela sobrevivência e dignidade. “A política dos índios é fazer mais retomada, não recuar um milímetro e muito menos aceitar esse acordo, que inclusive a esquerda apoia, o MPI apoia, de trocar 12 mil hectares por 150.”

Chamado à ação

O programa concluiu com um apelo à mobilização dos apoiadores dos direitos dos índios, marcada para o dia 5 de agosto, quando está agendada a tentativa de conciliação no STF. Batarce enfatizou a importância de uma posição clara e forte contra o ataque aos índios. “A negociação deles é para perder direitos dos índios,” disse, convocando uma mobilização mais efetiva. Ele insistiu na necessidade de ações concretas, como a organização de caravanas de apoio e a mobilização de recursos para garantir a presença constante de aliados nas áreas de conflito.

Os apresentadores sugeriram ações concretas para apoiar a mobilização, incluindo a organização de caravanas de apoio e a apoio à arrecadação de recursos para garantir a presença constante de aliados nas áreas de conflito. “Os índios estão preparando uma grande mobilização para o dia 5, contra esse processo, mais essa palhaçada que é esse processo de conciliação.”

Para assistir à discussão na íntegra, acesse o vídeo:

STF quer negociar as terras dos indios – Programa de Índio nº 167 – 30/7/24 (youtube.com)

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.