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Gabriel Araújo

Dirigente Nacional do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Editor da Tribuna do Movimento e do Boletim do Movimento. Militante do Partido dos Trabalhadores e colunista do Voz Operária-Rio de Janeiro.

Coluna

Sobre a indicação do governo para presidência do Banco Central

Galipolo é um dos membros do Comitê de Política Monetária (COPOM), que é a instância responsável pela definição da taxa básica de juros

O Banco Central do Brasil (Bacen), por incrível que pareça, tornou-se um dos principais inimigos da recuperação e do desenvolvimento da economia nacional. Essa situação tem se dado desde quando a principal autoridade monetária do país tornou-se efetivamente autônomo ao poder executivo, algo que se dava somente de maneira relativa.

A presidência do Banco Central e os altos cargos de autoridades monetárias do país sempre foram definidos pelos monopólios do sistema financeiro nacional e internacional. Mas essa situação se dava de forma relativa e não era institucionalizada. Com a chamada autonomia do Banco Central e a intensificação do sistema financeiro para comandar a política monetária do país de forma mais incisiva, podemos dizer que houve uma institucionalização do seu mando e desmando acerca de tal matéria.

Essa dita autonomia, se trata na realidade do desvencilhamento da política monetária do Bacen dos interesses da maioria da população, para atender aos interesses de uma minoria de banqueiros nacionais e internacionais que lucram com a destruição da economia do país em suas aventuras especulativas.

No dia 31 de dezembro de 2024 chega ao fim o mandato do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que foi o primeiro a presidir o Bacen após a aprovação da chamada autonomia. Campos Neto é o responsável por uma política monetária e financeira contracionista que tem retirado bilhões em investimentos da economia do país, mantendo a taxa básica de juros como a segunda maior do planeta, para favorecer os especuladores financeiros que lucram com juros altos.

Desde antes de tomar posse no governo federal em janeiro de 2023, o presidente Lula e o campo político mais à esquerda que garante sua sustentação enquanto maior liderança popular do país, tem realizado uma campanha contra a autonomia (porque não chamar também de privatização?) do Bacen e a manutenção da alta taxa de juros. Essa posição, para quem defende um programa político e econômico desenvolvimentista, é o ponto de partida. Porque afinal, para que haja a prometida reconstrução, é necessário que se tenha investimentos nos setores que foram destruídos por Temer e Bolsonaro.

No mês de outubro será feita a sabatina e a votação para aprovação do indicado pelo governo federal para ocupar a partir de 2024 o posto de presidente do Banco Central. O indicado é Gabriel Galipolo, que atualmente ocupa o cargo de Diretor de Política Monetária no Bacen, também por indicação do governo federal.

Galipolo é um dos membros do Comitê de Política Monetária (COPOM), que é a instância responsável pela definição da taxa básica de juros. Recentemente, enquanto o governo e o partido do Presidente da República defendiam a redução da taxa básica de juros, Galipolo em dado momento se posicionou favorável a manutenção do patamar em que a taxa estava e mais recentemente foi favorável a elevação da taxa.

Ai fica a questão, se realmente se quer mudar a política monetária do país e reduzir a taxa de juros, porque diabos indicar para a presidência da maior autoridade monetária do país uma pessoa que age de maneira oposta à posição política do Presidente da República, do partido deste último e da base de sustentação que elegeu o atual governo? Porque indicar alguém que adota uma postura contrária ao programa político eleito nas urnas em 2023?

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