Na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, na Terra Indígena Sararé, do povo nambiquara, está sendo atacada não só pelos latifundiários, mas também pela questão da mineração e o tráfico de drogas. O governo federal acredita que pode resolver o problema reprimindo os garimpeiros, algo que não demonstrou sucesso.
Desde janeiro de 2023, 215 escavadeiras de grande porte foram destruídas, causando um prejuízo de R$ 300 milhões aos garimpeiros ilegais. No entanto, cerca de 2.000 garimpeiros ainda operam ilegalmente no território.
As operações de combate são realizadas pela Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública e Funai, e resultaram na apreensão de armas pesadas, incluindo uma submetralhadora e um fuzil. Jornais afirmam que o Comando Vermelho e milícias locais controlam a região, envolvidos tanto no tráfico de drogas quanto no garimpo ilegal.
Apesar da destruição de 100 escavadeiras em 2024 e do aumento das operações de fiscalização, o garimpo ilegal continua ativo na Terra Indígena Sararé. Em 2023, o Inpe registrou um recorde de 570 hectares de desmatamento causado por essa atividade.
A violência na região aumentou no final de setembro, quando um confronto entre garimpeiros e agentes de fiscalização resultou em cinco mortes.
O quadro mostra como a política do governo é incorreta. Quem deve garantir a defesa da população de índios são eles próprios. Eles devem ter acesso a armamento e a treinamento para se defenderem de quaisquer organizações perigosas. Além disso, caso os índios controlem a mineração em seu território, também é muito mais difícil para os garimpeiros atuarem.
O governo não consegue resolver problemas sociais, de tráfico e garimpo, com repressão. É preciso uma medida social para acabar com isso. Ao mesmo tempo, é preciso integrar a população na solução, neste caso, a população dos nambiquara.