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Oriente Médio

Síria: nada a comemorar com a invasão israelense

Os sionistas fazem na Síria o mesmo que fizeram contra os palestinos e libaneses: destroem suas casas, roubam suas terras e reprimem civis. Tudo sob o pretexto de 'se defender'

Sionistas destroem casas de sírios

A população síria está sendo roubada pelos israelenses, como há décadas vem acontecendo com os palestinos. Com a queda do governo Assad, ao contrário do que vem fazendo a esquerda pequeno-burguesa, não há nada para se comemorar. Na cidade de Cuneitra, Ibraim al-Dakheel, de 55 anos, assistiu desesperado enquanto uma escavadeira demolia sua casa de 40 anos. A desculpa é a de sempre: a “necessidade” de proteger as fronteiras.

Al-Dakheel relatou à rede catarense Al Jazeera que costumava se sentar em seu jardim da frente para apreciar os campos verdes logo em frente e uma fonte de água nas proximidades, e que nada lhe trazia mais alegria. Agora, com a chegada dos sionistas, ele perdeu tudo e está sendo obrigado a buscar refúgio na casa de seus pais.

“Eu os vi se movendo pela vila – caminhões e tanques chegaram à prefeitura junto com escavadeiras”

Modus operandi

Desde 8 de dezembro, os israelenses iniciaram uma campanha por toda a Síria e avançaram sobre Cuneitra. Como sempre, alegaram estar à procura de armas e colaboradores do Hesbolá e do Irã. É o tipo de alegação que a grande imprensa repercute para justificar os crimes dos sionistas.

Além de destruírem o único posto militar da vila, os sionistas arrancaram árvores. Esse é um procedimento padrão que aplicaram em todas as aldeias palestinas que foram tomando e expulsando seus moradores.

A desconfiguração da paisagem, redesenho de ruas, demolição de casas, é um método. Com isso dificultam a volta dos moradores, que já não poderão reconhecer o local em que viveram.

As pessoas que protestaram contra mais esse crime dos invasores, a destruição de várias estruturas em duas vilas de Cuneitra, foram logo reprimidas com bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e munição letal. Um verdadeiro assalto à mão armada que deixou pelo menos três pessoas feridas.

Como era de se esperar, o genocida primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, disse que a permanência dos sionistas na Síria será “temporária”, até que um novo acordo de segurança seja alcançado. Ninguém pode acreditar nesse tipo de declaração, pois os sionistas nunca respeitam acordos, uma vez que são apoiados pelo imperialismo, especialmente o americano.

A guerra dos EUA contra a Síria

Desde 2011, como ficou claro com os e-mails vazados da então secretária de Estado do governo Obama, Hillary Clinton, foi iniciada uma guerra dos norte-americanos contra a Síria. Além dos bombardeios, grupos terroristas e mercenários foram contratados para iniciar isso que chamam de “guerra civil” e “revolta popular” contra al-Assad.

No meio disso tudo é a população que sofre. A enfermeira Maysoun al-Faouri, de 47 anos, disse que não esperava ser arrancada de casa quando os sionistas avançaram pela aldeia. Ela, o marido, e seis filhos, já haviam sido expulsos do bairro de al-Haja, subúrbio de Damasco.

Al-Faouri diz não acreditar nas alegações dos israelenses, de que a permanência ali será temporária. Ela disse a seus filhos que podem escapar, se quiserem, mas que não se importa se morrer. “Eu nem tenho dinheiro para ir embora. Estamos pobres e perdemos tudo”, disse.

O eterno ‘provisório’

Cuneitra fica nas Colinas do Golã, região que Israel invadiu e ocupou ilegalmente desde a guerra de 1967. Após a “retirada”, em 1974, os sionistas abocanharam uma extensa área das Colinas e declarou ali uma área “desmilitarizada” sob “supervisão” da ONU (Organização das Nações Unidas), que serve como fachada para esse roubo de terras.

Os habitantes de Cuneitra não têm esperança de que essa ocupação seja provisória. Há falta de água, eletricidade e as escolas estão fechadas. Pessoas fugiram para Damasco depois que as forças israelense avançaram, testemunhou Mohamnad al-Fayad, um advogado de 28 anos.

Todos sabem que os sionistas podem (e vão) arrumar novos pretextos para confiscar terras sírias em nome da “segurança”. Portanto, tudo o que podem sentir é incerteza e medo.

O imperialismo

A saída de al-Assad do poder, que parte da esquerda pró-imperialista comemora como uma revolução democrática, é a prova de que as “democracias”, o “mundo civilizado”, retiram um “ditador” para colocar outro ainda pior no poder.

Os “democráticos” israelenses roubam terras, destroem vidas, prendem e torturam civis, tudo com a conivência das nações mais ricas do planeta.

A Síria vendo sendo roubada pelos norte-americanos, que no norte de país expropriam petróleo e trigo sírios. O Iraque foi destruído sob o pretexto de ali haver armas de destruição em massa, a Líbia também foi destruída.

Tudo em nome da “democracia” e a luta contra “ditadores” e “terroristas”. No entanto, é o imperialismo que impõe as piores ditaduras e financia e treina grupos terroristas.

É preciso desmascarar grupos que se dizem de esquerda, como o PSTU, e outros, que comemoram as ações imperialistas como se fossem uma vitória da classe trabalhadora. Esses grupos estão a serviço do imperialismo, defendem os interesses do grande capital e estão contra os povos de todos os países atrasados.

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