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Coluna

Sionismo e Imperialismo

"Sionismo é uma forma de supremacismo e racismo. O sionismo apoiou não apenas o regime do apartheid da África do Sul, mas desde o início, esteve ligado ao nazismo, ao imperialismo"

A obra O Capital de Marx consagrou algumas ideias chaves, embora o conjunto desta obra é grandioso e rico o bastante para merecer sido lido em todos os seus três volumes, introduções e esboços. Para entender o mecanismo fundamental da acumulação do capital, que é o único objetivo das sociedades capitalistas, é preciso analisar a mercadoria, a gênese do valor e principalmente a questão da exploração da força de trabalho e a produção da mais-valia. Mas não resta dúvida que a questão das leis fundamentais da acumulação do capital e principalmente do processo permanente de expansão do modo de produção capitalista, que hoje é inequivocamente dominante mundialmente, é central na análise marxista.

A dimensão gigantesca hoje do poder do capital é de tal magnitude e abrangência que geralmente a primeira reação de quem toma conhecimento da obra de Marx é de espanto ou descrença, porque a realidade capitalista não é perceptível imediatamente nas aparências da vida cotidiana. É preciso ir além dessas aparências , estudar a realidade cientificamente utilizando o método materialista dialético, para perceber a trama em que estamos mergulhados. Um aspecto importante desta análise científica do capitalismo se refere ao processo de centralização do capital (em que uma empresa assume o controle de muitas outras, através de fusões ou aquisições) e da concentração de capital (o acúmulo de capital cada vez maior por algumas empresas , com a exclusão de quase todas as outras , em função da própria centralização do capital) o que resulta no surgimento de enormes conglomerados ou megacorporações empresariais cujo raio de ação ultrapassa as fronteiras nacionais e possibilita a formação de uma verdadeira economia mundial.

O que vemos na aparência da realidade do dia a dia é a existência de um mercado mundial de milhares de produtos que são vendidos por milhares de empresas que estampam suas marcas e que competem no mercado, em função de suas características próprias e seus diferentes preços. Na verdade, no entanto, se analisarmos o resultado desse processo, o que temos é que há cada vez menos uma verdadeira competição e uma redução do número de marcas e empresas. O processo de centralização do capital, que aparece como a liquidação ou falência de algumas empresas, porque “não deram certo” ou a venda dessas empresas menores para empresas maiores, na verdade, é intrínseco ao capitalismo e suas lei geral de acumulação. A acumulação de capital determina que haja uma tendência à disputa pela mais-valia gerada pela exploração da força de trabalho entre as várias empresas, que possibilita à empresa que tem maior desenvolvimento tecnológico arrebatar um maior volume de mais-valia. Ocorre que o investimento em máquinas mais produtivas diminui nestas empresas o fator gerador da mais-valia que é o que Marx chamou de trabalho vivo (o proletariado) e aumenta a parte do trabalho morto (máquinas e equipamentos) , reduzindo, portanto, o lucro obtido da produção em termos proporcionais ao volume do capital. O que leva a uma nova busca de maior desenvolvimento tecnológico e assim por diante. A resultante de todo este processo levou a que hoje tenhamos algumas empresas-mãe gigantescas que possuem grandes empresas (nova marcas), que por sua vez são proprietários de outras empresas médias, que por sua vez possuem a propriedade de muitas pequenas. 

Quase todas as marcas de alimentos embalados, por exemplo, são propriedade de uma dúzia de empresas-mãe: Pepsi Co., Coca-Cola, Nestlé, General Mills, Kellogg’s, Unilever, Mars, Kraft Heinz, Mondelez, Danone e Associated British Foods. Estas empresas-mãe monopolizam a indústria de alimentos embalados, uma vez que praticamente todas as marcas de alimentos disponíveis pertencem a uma delas . A realidade produtiva dessas empresas se relaciona com o poder do capital bancário. Para possibilitar a ampliação da acumulação de capital são necessárias quantias cada vez maiores de dinheiro para propiciar o desenvolvimento da produção capitalista mais avançada tecnologicamente. Esse processo leva à fusão desse capital bancário com o capital industrial e o surgimento e o desenvolvimento do capital financeiro, que passa ser a forma de dominante do capital no capitalismo há mais de um século.

Fonte: Grow – Oxfam. Consumidor Orgânico.

O poder do capital financeiro advém da acumulação na indústria, mas sua capacidade de expansão é infinita, ou melhor, depende da quantidade de dinheiro que se apropria de várias empresas. As 12 empresas da área alimentar citadas acima, portanto, tem seu capital traduzido em valores cotados na Bolsa de Valores e são governadas por seus conselhos de administração, nos quais os maiores possuidores de ações detêm o real poder de decisão. Quando você procura quem são esses maiores acionistas, encontra outra empresa com maior volume de ações, inclusive de outras empresas que são de um ramo de produção diferente e assim por diante. A situação a que chegou o capitalismo hoje faz com que pouquíssimas empresas apareçam com maior poder financeiro , na casa dos trilhões de dólares, o que traduz uma exacerbação da concentração de capital. Esse poderio financeiro dessas empresas se torna o fator principal da transformação do capitalismo em imperialismo, seja porque se dedicam a exportar seus capitais para os países atrasados, ou porque fazem uma partilha do mundo entre um grupo seleto de empresas gigantes. Ocupam o topo desse conjunto de empresas apenas duas empresas que, na prática, dominam o mundo: o Grupo Vanguard e a Blackrock Inc.

Às vezes, essas megaempresas compartilham o controle dos negócios com terceiros. Por exemplo, embora existam mais de 3.000 acionistas na Pepsi Co., as participações da Vanguard e da Blackrock representam quase um terço de todas as ações. Dos 10 maiores acionistas da Pepsi Co., os três primeiros, Vanguard, Blackrock e State Street Corporation, possuem mais ações do que os sete restantes.

Estamos acostumados a ver as empresas Coca-Cola Co. e a Pepsi como concorrentes entre si. Mas isso é apenas aparência. Três dos quatro maiores acionistas institucionais da Coca-Cola são idênticos aos da Pepsi: Vanguard, Blackrock e State Street Corporation. O acionista número 1 da Coca-Cola é a Berkshire Hathaway Inc (seu proprietário é Warren Buffett). Estas quatro megaempresas – Vanguard, Blackrock, State Street e Berkshire Hathaway – são as quatro maiores empresas de investimento que, sozinhas , dominam o conjunto do capital financeiro mundial no século XXI.

Portanto, Pepsi e Coca-Cola são tudo menos concorrentes. E o mesmo vale para outras empresas de alimentos embalados. Todos pertencem ao mesmo pequeno grupo de acionistas corporativos. O oligopólio das megaempresas de investimento indicadas domina todas as outras indústrias. Por exemplo, entre as 10 maiores empresas de tecnologia encontramos: Apple, Samsung, Alphabet (controladora do Google), Microsoft, Huawei, Dell, IBM e Sony.

Nesse mercado altamente sofisticado tecnologicamente a concorrência inexiste. Por exemplo, o Facebook é dono do WhatsApp e do Instagram. A Alphabet é proprietária do Google e de todos os negócios relacionados ao Google, incluindo YouTube e Gmail. É também o maior desenvolvedor do Android, principal concorrente da Apple A Microsoft possui o Windows e o Xbox. No total, quatro empresas-mãe produzem o software que alimenta praticamente todos os computadores, tablets e os chamados “smartphones” do mundo.

Fonte: Google

Com dados que estão disponíveis, do final de 2021, mais de 80% das ações do Facebook são detidas por investidores corporativos. Nesse setor os maiores detentores institucionais são os mesmos encontrados na indústria alimentar: Vanguard e Blackrock. Enquanto a State Street Corporation é o quinto maior acionista. Os quatro principais investidores institucionais da Apple são Vanguard, Blackrock, Berkshire Hathaway e State Street Corporation. Os três maiores acionistas institucionais da Microsoft são Vanguard, Blackrock e State Street Corporation.

Esse virtual controle dos monopólios sobre o conjunto da acumulação de capital em escala internacional coloca claro que isso se difunde também com relação à questão política. É evidente que não existe mais liberdade de expressão ou de imprensa no mundo capitalista. 

Seis grandes conglomerados transnacionais – todos com sede nos EUA – controlam 70% do conjunto dos meios de comunicação global. Os nomes são conhecidos: Time Warner (que implantou a Rede Globo no Brasil), Disney, NewsCorp (que recentemente se fundiu com a 21 Century Fox), NBC Universal, Viacom y CBS (estas duas últimas em processo de fusão). Nem é preciso dizer que Vanguard e Black são as controladoras dessas empresas.

Esses grupos controlam também o governo dos EUA. Em 2018, o Citibank era a instituição número 1 da lista, com 87,9 milhões de ações do Federal Reserve Bank de Nova Iorque, ou seja, 42,8% do total. O segundo acionista foi o JP Morgan Chase Bank, com 60,6 milhões de ações, equivalentes a 29,5% do total . Isto significa que os dois bancos controlavam em conjunto quase três quartos do capital social do mais importante banco regional do Sistema da Reserva Federal. 

Em síntese: essas 3 megaempresas têm participação majoritária em 60% de todas as empresas do mundo: BLACKROCK, VANGUARD e STREET CAPITAL.

Fonte: Quem é o dono do mundo? Blackrock e Vanguard (climaterra.org)

O sionismo e o Imperialismo

Para analisar a relação entre o sionismo e o imperialismo, vamos recorrer à definição deste último por Lenin:

“O imperialismo é, pois, o capitalismo na fase de desenvolvimento em que ganhou corpo a dominação dos monopólios e do capital financeiro, adquiriu marcada importância a exportação de capitais, começou a partilha do mundo pelos trustes internacionais e terminou a partilha de toda a terra entre os países capitalistas mais importantes” (V.I. Lenin – Imperialismo Etapa Superior do Capitalismo, p. 218 – Editora Unicamp, 2011).

O poder monopolista da Vanguard e da Black Rock é incomensurável. Elas não só são os maiores investidores institucionais em todas as grandes empresas do mundo , mas também possuem os outros investidores institucionais nessas empresas, dando-lhes um duopólio completo. De acordo com a Bloomberg, até 2028 espera-se que a Vanguard e a BlackRock administrem coletivamente US$ 20 trilhões em investimentos . São, na verdade, os controladores do capital financeiro que praticamente domina o mundo capitalista. São em termos reais a concretização de um imperialismo que se concentrou de uma forma a estabelecer o domínio também político do mundo. 

  A vinculação da Black Rock com o governo dos EUA é evidente. A Bloomberg já se referiu à BlackRock como o “quarto poder do governo dos EUA”, devido à sua estreita relação com os Bancos Centrais. Na verdade, a BlackRock empresta dinheiro à Reserva Federal dos EUA e é o seu principal conselheiro. A BlackRock também desenvolveu o sistema de informática utilizado pelo Bancos Central. Dezenas de funcionários da BlackRock ocuparam cargos de chefia na Casa Branca durante as administrações Bush, Obama e Biden. Essa relação não tem partido: caso Trump ganhe, a empresa continuará sua relação financeira e política com o governo. 

A vinculação da Black Rock com o sionismo é também evidente . Larry Fink, proprietário da empresa, é judeu sionista. Laurence Fink nasceu em uma família judia, em Los Angeles, Califórnia em 1952 Ele cresceu em uma família judia e frequentou escolas judaicas, o que o expôs ao sionismo desde cedo. Além disso, ele viaja regularmente a Israel e é um forte defensor do Estado de Israel.

Robert S. Capito, é judeu sionista e participa de ações favoráveis ao Estado de Israel. Em 1988 fundou a BlackRock com Laurence D.Fink. Em 1992, a BlackRock distanciou-se da Blackstone e tornou-se uma empresa independente com interesses em gestão de investimentos em ações, fundos de private equity, imóveis, liquidez e estratégias alternativas.

Susan Wagner, judia e sionista. Após a faculdade, Wagner ingressou no Lehman Brothers Investment Bank em Nova York. Em 1988, Wagner e Ralph Schlosstein deixaram o Lehman para ingressar no Blackstone Financial Group, que mais tarde se tornaria BlackRock. Em julho de 2014 foi nomeada diretora da Apple Inc.

A Vanguard tem uma estrutura opaca que nos impede de saber quem são os verdadeiros acionistas. Os proprietários da Vanguard não querem que ninguém saiba quem são os donos da empresa mais poderosa do mundo. Mas a Vanguard tem investido estrategicamente em Israel nos últimos anos. O investimento da Vanguard em Israel abrange diversos setores, incluindo cibersegurança e biotecnologia. Além de buscar retornos financeiros, a Vanguard contribui para o avanço de tecnologias inovadoras e fortalece os laços entre a comunidade global de investidores e o setor de inovação de Israel. Tudo indica que a Vanguard também tenha grandes laços com Israel, o que mostra a influência do sionismo na empresa.

O sionismo é uma forma de supremacismo e racismo. O sionismo apoiou não apenas o regime do apartheid da África do Sul, mas desde o início, esteve ligado ao nazismo, ao imperialismo e aos regimes ditatoriais e repressivos dos movimentos populares que existiram nos séculos XX e XXI, especialmente ligado aos EUA e às suas políticas “anti-subversivas”. A direção dos principais monopólios que hoje controlam o mundo tem estreita ligação com o sionismo e com Israel. Isto mostra que as relações do imperialismo, em particular o norte-americano com o sionismo são muito fortes e dessa forma a luta contra a opressão e genocídio de Israel sobre os palestinos está intrinsecamente vinculada com a luta contra o Imperialismo. Ambos são inimigos da humanidade e os principais criminosos de guerra do século XXI. A luta pela destruição do estado sionista de Israel é também uma luta pela derrota e eliminação do imperialismo.

Há um interessante documentário sobre este tema “MONOPOLY – WHO OWNS THE WORLD?” – Tim Gielen pelos dados que fornece, mas não por suas conclusões , pois o autor é anticomunista. Disponível no Daily Motion no link https://dai.ly/x8ixudz.

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