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Minas Gerais

Simpatizante do PCO denuncia censura em canal no YouTube

Os jornais da minha cidade disseram que o PDT, partido do meu censor, vai apoiar PSDB nestas eleições municipais... A democracia liberal é uma "pérola". Jogue-a aos porcos...

Jogaram a criança (democracia) fora, com a água de banho

Por Cris Amaro, de Minas Gerais

“Somos um grupo de professores de Minas Gerais apaixonados pela educação e pela democracia, unidos para debater e transformar a realidade dos professores e da educação no Brasil”. (CBL)

Sim, eu finalmente estava entre eles. Foram cinco meses participando como representante do PCO no Coletivo Bancada do Livro. Fiquei sabendo da existência do canal no YouTube por uma entrevista do Rui. As portas do Coletivo se abriam para o PCO, enquanto a ditadura do Alexandre de Moraes mantinha as suas redes fora do ar no tal Inquérito das fake News (as redes ficaram fora do ar desde junho de 2022 – ano eleitoral -, a fevereiro de 2023). O que se passou de lá para cá, momento em que fui cancelada, pela mesma razão que havia me aproximado, acusada de fake news?

Comecei participando de um programa RESUMO DA SEMANA, de política geral, nacional e internacional. Era um desafio, não tenho formação em humanas, ao contrário de todos os outros, mas não precisei apresentar diploma. Nas diversas edições e participações, fui ofendida pessoal e politicamente pela audiência, manifestei divergências de pensamento com a bancada, ouvi contrapontos, defesas e acusações, o belo jogo político. Um verdadeiro enriquecimento pessoal.

Neste meio tempo solicitei autorização para debater a questão ecológica e, novamente, sem apresentar currículo, teses, artigos, premiações e patentes, tive o pleito aprovado. O programa ECOLOGIA HOJE aconteceu com frequência quinzenal, conduzido por mim, íamos para o quinto tema, o debate sobre o livro da Vandana Shiva, “Oneness vs 1%. Shattering Illusions, Seeding Freedom” (Unidade x 1%. Quebrando Ilusões, semeando liberdade).

Vandana Shiva é uma indiana que diz ter feito dois doutoramentos, um em física quântica, outro em um movimento local de mulheres, Chipko. Ela é marcada pelo seu ecofeminismo, perspectiva decolonialista, reformista e pacifista. Seu interesse pelos temas ecológicos surgiu com o desastre de Bophal (1984), tendo focado seus estudos por muito tempo na questão das sementes. Mas neste livro ela praticamente incorpora Lenin, em seu “Imperialismo, fase superior do capitalismo”, ainda que nas conclusões não consiga assumir a radicalidade da leitura e retome, em uma conversa totalmente sem nexo, Mahatma Ghandi. No texto ela também explora e apresenta brevemente uma perspectiva materialista (marxista) da genética, desenvolvida por Richard Lewontin, a qual se opõe ao Dogma Central ou determinismo genético, que o capitalismo nos vende como ciência. Bill Gates e suas relações com a Big Pharma ganha menção especial no epílogo, Big Pharma esta que não apenas usurpa os oprimidos, aliada às instituições do Estado burguês, como também destrói tudo, institucionaliza e regulariza a pirataria, esteriliza, contamina… Algumas páginas são dedicadas aos negócios lucrativos das vacinas e as suas relações com a Fundação Bill e Melinda Gates. Em uma semana em que estourou na mídia o escândalo dos efeitos nefastos da vacina AstraZeneca, e me considerando parte de um coletivo, avisei que deveria tocar no assunto.

Poderiam ter pedido o meu lattes, pelo menos? Não, me transformei em ‘asno’ em um voo quase automático para fora do “grupo de professores de Minas Gerais apaixonados pela educação e pela democracia”. Algo poderia se salvar ainda… vamos ver, ganhamos recentemente uma feminista para o time. Ela fez programas sobre a Ana Hickmann, Daniel Alves, o ‘Não é não’ do carnaval, para além de outros temas-geradores curiosos. As capas eram fofas demais, cheias de amor, certamente ela me estenderia a mão.

Neste meio tempo culparam o PCO, vocês conhecem bem esta história. “Não, o PCO não tem coletivo de ecologia”, eu disse, “são desenvolvimentos meus”. Eu sempre colocava a observação nos programas de que as ideias eram minhas e passíveis de aprimoramento. Então o mesmo cacique botou a culpa no veganismo. Apesar de ser vegana nunca defendi o veganismo lá. Outra representante feminina do grupo achou então por bem defender o veganismo de mim, vejam só o perigo em que me transformei!, enquanto a feminista disse que eu estava incorrendo em ‘erro grave’… Mas, e aquelas demagogias todas, misoginia, patriarcado, inclusão, diversidade, blá, blá, blá? A grade do canal ficou muda…

Ao mesmo tempo em que a conversa acontecia, no grupo do WhatsApp, ela (a feminista), convidava e combinava com o ‘educador’ que me chamou de asno e pediu providências, CANCELAMENTO, um programa para explicar as origens históricas ‘criminosas’ do termo ‘primeira-dama’. Não tinha mais nenhuma mulher para me defender ali… uma delas ainda diz, “não é para tanto”, em outros termos, “aceita o estupro e fica calada”. Uma voz se levanta, contra a censura, “se ela for, eu vou”.

O administrador definiu a sentença, em uma afirmação, na linha: ‘programa de ecologia não é lugar para debater questões de vírus’… E assim partimos. Eu e um companheiro, que se define atualmente como Socialista Livre, o qual no passado foi expulso por prazo de 10 anos do PSTU – depois deste tempo ele poderia voltar se tivesse se arrependido e reavaliado. Amém, “deus, acima de tudo”.

Já no outro dia fizeram a gentileza de se apropriar indevidamente do vídeo de abertura do ECOLOGIA HOJE, vídeo por mim editado e o usaram em um programa sobre, adivinhem, educação! Devem estar certos, o primeiro programa de ECOLOGIA HOJE é o quarto ao vivo mais visualizado do canal, que foi criado em 2021 (para combater o bolsonarismo). Os que choram e esperneiam, no final, têm razão demais para as afetações, e Programa (estratégia) de menos. Combater o fascismo com fascismo é o exercício da liberdade de expressão deles, contra quem? Os jornais da minha cidade disseram que o PDT, partido do meu censor, vai apoiar PSDB nestas eleições municipais… A democracia liberal é uma “pérola”. Jogue-a aos porcos…

* A opinião contida neste artigo não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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