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Política internacional

Serviços de inteligência da Inglaterra querem vitória de Kamala

Governo britânico estaria tentando impedir o fim da guerra na Ucrânia

Um artigo publicado pela emissora libanesa Al Mayadeen no último dia 2 de novembro expõe os planos dos serviços de inteligência britânicos para controlar e manipular redes sociais e meios de comunicação em favor de Kamala Harris (Democratas) contra o ex-presidente Donald Trump (Republicanos).

Em 22 de outubro, os jornalistas independentes Paul D. Thacker e Matt Taibbi publicaram uma investigação bombástica, expondo como o Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH), adjacente à inteligência britânica, arquitetou um plano secreto no início de 2024 para “matar o Twitter de [Elon] Musk”.

O artigo da Al Mayadeen explica que “este ataque altamente politizado ao ‘X’ é apenas um componente de uma invasão britânica mais ampla da esfera política dos EUA, projetada para sabotar a campanha presidencial de Donald Trump, garantir a eleição de Kamala Harris e manter Washington envolvida no atoleiro da guerra por procuração na Ucrânia”.

Ainda de acordo com o artigo, o CCDH foi fundado por Morgan McSweeney, um político britânico amplamente creditado como o mentor da vitória esmagadora de Keir Starmer nas eleições gerais de julho, e que agora está aconselhando de perto a campanha presidencial de Harris. O CCDH foi um elemento-chave da cruzada anti-Corbyn de McSweeney.

“Inicialmente operando sem nenhuma clareza sobre quem ou o que estava financiando e executando o empreendimento, ele promoveu boicotes a veículos de notícias independentes de língua inglesa. Consequentemente, grandes empresas foram pressionadas a retirar seus anúncios de sites-alvo, para privá-los de receita”, afirma a Al Mayadeen.

O artigo segue apontando que, neste momento, McSweeney está liderando um grupo de veteranos estrategistas políticos britânicos nos Estados Unidos que, nas palavras da revista norte-americana Politico, está ensinando Kamala Harris e sua campanha “como vencer”. A preocupação de McSweeney seria manter a “Grande Aliança Atlântica” entre Londres e Washington, e garantir que Starmer não seja deixado “sozinho” no apoio a Kiev.

Essa conspiração do governo britânico contra a Rússia não é de agora. A matéria também traz informações sobre um ex-general das Forças Conjuntas da Grã-Bretanha, o general Richard Barrons, que em 2016 fez um discurso privado explosivo nos escritórios do Institute for Statecraft (IFS).

“Precisamos lidar com a Rússia fazendo coisas sérias”, disse Barrons. Consequentemente, ele sugeriu que “se nenhuma catástrofe acontecer para acordar as pessoas e exigir uma resposta”, era necessário fabricar tal catástrofe – ou várias – em vez de esperar “que algo terrível aconteça para nos chocar e agir”. Em 2022, o IFS conseguiu colocar em marcha a guerra por procuração da Ucrânia contra a Rússia.

De acordo com a Al Mayadeen, “o chefe do IFS, Chris Donnelly, está secretamente liderando a contribuição da Grã-Bretanha para a guerra por procuração na Ucrânia, comprometido com uma estratégia de escalada e provocação sem fim. E-mails vazados mostram que ele está comprometido em desafiar a relutância do governo Biden em se envolver abertamente no conflito ‘firmemente e imediatamente'”.

Finalmente, o que se vê na eleição norte-americana é um envolvimento direto da maior parte da imprensa imperialista, que apoia Harris. É o caso, por exemplo, do NYTimes, que publicou um editorial não só para apoiar a atual vice-presidente, mas para “recomendar” ao leitor que não vote em Trump. Estão de todas as formas tentando mostra a candidatura de Kamala como sendo o “mal menor” na disputa contra o ex-presidente republicano.

No entanto, a denúncia feita pela Al Mayadeen mostra que o interesse na eleição de Kamala Harris vem do que há de pior do setor mais belicoso do imperialismo. Afinal, a imprensa independente e até mesmo a ligada à Rússia tem noticiado rumores de que Trump tentaria pôr fim à guerra na Ucrânia, o que significaria uma grande derrota para o imperialismo.

Uma vitória do candidato Republicano, nesse sentido, representa mais um fator de instabilidade para o regime. Decerto que não é possível afirmar que Trump seria melhor que Harris, trata-se de uma situação mais próxima de “trocar 6 por meia dúzia”. No entanto, a tentativa de colocar Kamala Harris no poder custe o que custar mostra um desespero completo por parte do imperialismo.

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